Voz reconhecida no cenário político nacional, o prefeito de Manaus e ex-senador da República, Arthur Virgílio Neto (PSDB), criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia do novo coronavírus. “Essas atitudes do presidente, que sai tranquilamente às ruas e diz que não há perigo, isso desmobiliza”, declarou Virgílio na tarde desta sexta-feira, 10/4, em entrevista à CNN Brasil.
“O presidente Bolsonaro não pode mais dar esses exemplos”, advertiu o prefeito. “Para desmobilizar, basta um passeio”, criticou, referindo-se à saída do presidente para cumprimentar apoiadores na capital federal. “As pessoas estão tentando fingir que é uma vida normal e esquecem que isso vai causar mais doentes, mais colapso no sistema de saúde e um atraso na retomada da economia”, pontuou.
Para Arthur, é hora dos poderes se mobilizarem para juntos enfrentar a crise provocada pelo avanço da Covid-19. “A pior coisa que um governante pode fazer é desinformar seus governados”, disse, citando frase do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Tenho pena quando vejo as pessoas tentando se convencer de que não há nada de mais e que incêndio só acontece na casa do vizinho”, declarou.
O prefeito manifestou, ainda, apoio ao trabalho do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que, segundo ele, vem se pautando pelas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e ironizou que espera estar errado e Bolsonaro certo. “É uma luta tão grande e os prefeitos e governadores devem ser liderados pelo presidente, que deve se alçar à altura de quem tem todo esse peso nas costas”, afirmou.
Arthur Neto também citou atitudes da Prefeitura de Manaus para reforçar o enfrentamento ao novo coronavírus, como a construção de um hospital de campanha, com trabalhos já em andamento, instalado em um Centro Integrado Municipal de Educação (Cime) que estava pronto para ser inaugurado na zona Norte.
Além disso, o prefeito mencionou o apoio ao Governo do Estado do Amazonas, que alugou um hospital universitário de uma faculdade particular, a Nilton Lins, local onde há uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município. A prefeitura já publicou o chamamento de 100 enfermeiros e 263 técnicos de enfermagem para atuar na unidade estadual, além de disponibilizar serviços complementares limpeza, infraestrutura e conservação.