A Universidade Federal do Amazonas tem enfrentado ao longo destes últimos anos um processo de corte de gastos. O orçamento previsto para este ano é de R$ 419 milhões, número inferior ao do ano de 2020, que foi de R$ 660 milhões. Uma queda de 37%. Para o antropólogo e professor da Ufam, José Ademir Ramos, o Governo Federal, ao optar por uma política que não considera o aumento dos custos da universidade nos últimos anos, acaba promovendo um desmonte na educação.
O corte de recursos aumenta ainda mais se comparado com o valor destinado à universidade no ano de 2019 que alcançou R$ 730 milhões, uma redução de 43%.
“Um golpe muito difícil. Houve um aumento no número de alunos, no número de programas sociais da universidade para atender os alunos. Isso é um definhamento muito grande, é um desmonte na educação brasileira”, diz o professor Ademir.
Para a imprensa local, o reitor da Ufam Sylvio Puga alertou que a situação é crítica e que a equipe de planejamento está conduzindo um estudo para direcionar o total de recursos diante da redução de verba.
“Todo ano enfrentamos este problema orçamentário para continuar nossas atividades. Estamos fazendo o estudo que será divulgado na sexta ou no máximo na segunda”, disse o reitor.
Já para o advogado e professor de direito, Helso filho, as opções políticas tomadas pelo atual governo em relação ao investimento nas universidades atinge diretamente o próprio desenvolvimento econômico e social de uma sociedade.
“O governo não erra. O governo faz escolhas. Eu observo que essa escolha de corte de verbas das universidades é uma escolha perversa. Pode pegar os trinta países com melhor IDH no mundo, todos eles chegaram a essa condição de vida alvissareira e boa investindo em ensino e pesquisa, principalmente, privilegiando as universidades”.
Na última sexta-feira (14), o Ministério da Economia liberou R$ 2,61 bi que estava contingenciado para as instituições de ensino. A Ufam contará com a liberação de R$ 48.993.377, conforme consta no Diário Oficial da União. O valor liberado já estava previsto na Lei Orçamentária Anual.
Os recursos desbloqueados serão destinados aos gastos discricionários, que estão relacionados ao pagamento de luz, água, manutenção do equipamentos e internet, como também, para o financiamento Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic).