Um escorpião amarelo amazônico (Tityus raquelae) foi encontrado em Manaus, depois de nove anos sem registro da espécie no Brasil. Ele foi localizado dentro do Museu da Amazônia (Musa), no dia 20 deste mês.
Segundo o zoólogo Thiago Carvalho, mestre em Zoologia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o escorpião amarelo amazônico foi incluído no acervo vivo da exposição “Casa dos Aracnídeos” do Musa.
“Foi um momento de extrema sorte, por encontrarmos essa espécie dentro do Musa. Dificilmente é observado, por viver muito provavelmente na copa das árvores”, contou.
O animal é considerado raro e possui comportamento arborícola. Por habitar as copas mais altas de florestas preservadas, não são avistados em áreas urbanizadas.
Esse comportamento também dificulta seu encontro com pesquisadores, causando desconhecimento sobre aspectos ecológicos. Segundo Carvalho, poucos indivíduos foram registrados, e praticamente nenhum trabalho longo de criação desses animais, que descreveria suas características, foi feito.
Agora a espécie, cercada de mistérios, poderá ser conhecida por estudantes e cientistas numa visita ao Museu da Amazônia.
Espécie extremamente rara
O escorpião amarelo amazônico (Tityus raquelae) é considerado uma das espécies mais raras de escorpião do Amazonas. Esta espécie é diferente dos demais escorpiões amarelos mais comuns, que ocorrem no sul, sudeste e nordeste brasileiro.
Pertencente ao gênero Tityus, este escorpião também pode ser considerado uma espécie de importância médica. O Tityus raquelae foi descrito pelo pesquisador franco-brasileiro Wilson R. Lourenço em 1988.
No Brasil, ocorrem cerca de 160 espécies diferentes de escorpião conhecidas, sendo que a grande maioria não são perigosas. Os acidentes com esta espécie são muito raros pois a espécie quase nunca entra em contato com o ser humano.
De acordo com Lourenço, há outra espécie amarelo claro (Tityus strandi) descrita em 1939 por Werner, que se assemelha ao T. raquelae.