*Lucas dos Santos – Especial para Dia a Dia Notícia
Empresas alvos de processos por crimes ambientais e violações aos direitos humanos apareceram como patrocinadoras parceiras da 30ª Conferência das Partes (COP30), que ocorre em Belém até sexta-feira (21). Dentre elas está a brasileira JBS, empresa do ramo alimentício parte do Grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que fechou acordo de mais de 1 milhão de dólares em abril para encerrar um processo onde era acusada de enganar o público sobre a suposta redução de impacto ambiental. A empresa também é alvo de pelo menos 200 processos ambientais em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul e teve atividades suspensas em Mafra (SC) por descartar dejetos no rio São Lourenço.
A informação foi divulgada pelo ativista Allan Souza Lima, do movimento Vozes pela Liberdade, que atua no combate ao tráfico humano. Segundo ele, outras empresas com controvérsias ambientais apareceram como patrocinadoras do evento na capital paraense.
“A empresa Hydro, que é do setor de mineração de alumínio e foi condenada no ano passado pela Justiça Federal a pagar R$ 100 milhões por desastre ambiental que aconteceu em Barcarena, no Pará, que é acusada de lançar resíduos tóxicos em rios e está recorrendo e negando a responsabilidade desse crime. A empresa Suzano, do setor de papel e celulose, citada em investigações sobre o uso de agrotóxicos e violações de direitos. A Bayer, fabricante de agrotóxicos e transgênicos”, disse.
Outras empresas citadas pelo ativista foram a Vale S.A, responsável pelos desastres de Mariana e Brumadinho em Minas Gerais, e a Braskem, acusada de provocar o afundamento de parte da cidade de Maceió, capital de Alagoas, na mineração de sal-gema.
“Essas empresas ficam usando de greenwashing para distrair do fato de que, nos bastidores, todos eles estão fazendo lobby para enfraquecer regulamentações. É isso que está acontecendo e é vergonhoso. De que adianta todo esse povo lutando por transformação e vem alguém do poder público dando uma canetada, jogando fora toda a nossa luta?”, criticou.
Allan Souza Lima também criticou a autorização dada pelo Ibama para que a Petrobras perfurasse a Margem Equatorial para explorar petróleo e o uso de geradores a óleo diesel para sustentar um evento ambiental.
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