Empresários e deputados federais do Amazonas rebateram uma matéria da Folha de S. Paulo que associou o crescimento de domicílios de Manaus em favelas a um suposto fracasso do modelo Zona Franca de Manaus.
O jornal paulistano usou dados de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística sobre conglomerados subnormais – denominação para favelas, invasões, palafitas e loteamentos – divulgada em maio de 2020. A pesquisa aponta que, dos 653.218 domicílios existentes em Manaus, 54,3% estão em áreas assim. Para a Folha, o modelo Zona Franca “inflou” o número de habitantes do município entre 1970 e 2020 e não conseguiu cumprir seu objetivo de desenvolver a região.
Segundo representantes políticos e civis, o modelo Zona Franca alcançou seu objetivo, mas teve que lidar com o alto fluxo de pessoas em Manaus devido ao desenvolvimento, o que impactou no “estilo de moradias”.
O presidente do Centro da Indústria do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, afirmou que “se você quiser falar de favela, o que nós vamos falar do Rio de Janeiro e até mesmo de São Paulo? Então, são cidades falidas? Não”. Périco disse ainda que a matéria do jornal é “tendenciosa, má intencionada, de uma maldade muito grande, de uma ignorância e de um profundo desconhecimento”.
O deputado federal Bosco Saraiva (Solidariedade) diz que o modelo atraiu pessoas de várias regiões e “pressionou a periferia da cidade por moradia e infraestrutura urbana, exatamente motivada pela pujança financeira e econômica proporcionada” e que o mesmo fenômeno “se dá até os dias atuais com cidades como São Paulo”.
Sidney Leite (PSD) afirmou que o modelo é exitoso, mas alerta para a falta de outras matrizes econômicas.
“Não podemos viver só do modelo Zona Franca. Nós precisamos de outras políticas de desenvolvimento econômico.”, disse Leite.
*Com informações de Amazonas Atual