*Victória Cavalcante – Dia a Dia Notícia
Após três semanas, presidente Jair Messias Bolsonaro volta a Manaus neste sábado (18), para se reunir com fiéis da igreja evangélica Ministério Internacional da Restauração (MIR),e se encontra com apoiadores na sua tradicional motociata, estreitando laços com líderes religiosos e políticos e fortalecendo sua base no Amazonas.
Bolsonaro, mais uma vez, não concedeu entrevista à imprensa e ignorou qualquer posicionamento sobre as
mortes do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips, desaparecidos na Amazônia.
A visita do presidente ocorre após a Petrobras anunciar um novo aumento no preço dos combustíveis e três dias após os restos mortais de Dom e Bruno serem encontrados na região do Vale do Javari no interior do Amazonas.
Bolsonaro repetiu em seu discurso os valores conservadores e saiu em defesa da família brasileira.
A motociata recebeu cerca de 5 mil pessoas e teve inicio no Complexo Turístico da Praia da Ponta Negra, passando pelas avenidas Coronel Teixeira, Brasil, Boulevard Álvaro Maia, Major Gabriel, 7 de Setembro, Borba, Silves, Rotatória da Suframa, avenidas Autaz Mirim, Rotatória do Produtor, avenidas Noel Nutels, Torquato Tapajós, finalizando na Arena da Amazônia.
Críticas
Políticos que se opõem ao governo Bolsonaro usaram suas redes sociais para criticar e repudiar a atitude negligente e descortês do presidente, destacando que além de não mencionar as mortes dos defensores das terras indígenas, lembraram as mortes por Covid-19 no Amazonas e os recentes ataques à Zona Franca de Manaus (ZFM).
É triste saber que pessoas foram passear de moto com Bolsonaro, qdo 14 mil pessoas morreram por covid, muitas por falta de oxigênio, qdo Bruno e Dom foram assassinados por defender povo pobre e pelo descaso do governo Bolsonaro, o qual quer acabar com a ZFM e nada fez pelo AM.
— Zé Ricardo (@ZeRicardoAM) June 18, 2022
Já o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), frisou que o presidente não anunciou medidas que beneficiem a população ou os planos futuros para alavancar o desenvolvimento da ZFM.
“Ao contrário do se que esperava, o presidente Jair Bolsonaro não veio ao Amazonas se desculpar com as famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips, assassinatos brutalmente em Atalaia do Norte. Não veio anunciar nenhuma ação para a segurança pública ou de combate à fome, ou qualquer outro benefício à população, nem mesmo para falar que voltaria atrás nas ações que seu governo tem adotado contra a Zona Franca de Manaus. Veio mesmo fazer proselitismo político e campanha eleitoral antecipada”, disse Marcelo Ramos.