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Em ao menos seis capitais, apoio de governadores investigados atrapalhará planos de cotados para disputar prefeituras

Em Florianópolis e Manaus, nomes escolhidos desistiram de concorrer em novembro após denúncias
Em Belém, a operação da PF contra o governador Helder Barbalho (MDB), também em junho, por suspeita de superfaturamento em compra de respiradores, abriu uma disputa interna no PSD.

*O Globo

Governadores que se tornaram alvos de investigações por desvios de recursos públicos, especialmente durante a pandemia da Covid-19, perderam espaço como cabos eleitorais na disputa municipal deste ano, o que tem balançado candidaturas a prefeituras. O panorama é observado em capitais de pelo menos seis Estados: Rio, Amazonas, Pará, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Amapá.

Em Florianópolis, diante da ameaça de impeachment ao governador Carlos Moisés, o PSL deverá concorrer isolado após lançar o ex-secretário estadual de Comunicação Gonzalo Pereira. O ex-comandante da PM de Santa Catarina Araújo Gomes chegou a ser cotado como candidato, mas não vai concorrer.

Segundo um deputado que faz oposição a Moisés, “o apoio do governador tornou-se kriptonita”. Araújo Gomes tentou também assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao Ministério da Justiça, mas seu nome foi vetado por bolsonaristas em Brasília por conta de sua proximidade com Moisés, que rompeu com Bolsonaro. O governador é investigado por suspeita de direcionamento ilícito na compra de 200 respiradores pelo valor de R$ 33 milhões.

Baixa no Amazonas

Em Manaus, as suspeitas de fraude em compras emergenciais envolvendo o governador Wilson Lima (PSC) levaram o partido a desistir de lançar a ex-secretária de Justiça Caroline Braz, que havia se exonerado do governo do Estado para concorrer. Lima foi alvo de operação, em junho, no âmbito da investigação que apura desvios de R$ 2,2 milhões na compra de respiradores de uma empresa que trabalha com vinhos.

Em Belém, a operação da PF contra o governador Helder Barbalho (MDB), também em junho, por suspeita de superfaturamento em compra de respiradores, abriu uma disputa interna no PSD. O partido havia indicado como pré-candidato o deputado estadual Gustavo Sefer, aliado de Barbalho. Com o abalo na imagem do governador, o deputado federal Eder Mauro já afirmou que apresentará seu nome na convenção do partido, ainda sem data definida. Aliado do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, Éder Mauro argumenta que seu nome é mais viável eleitoralmente neste momento.

— Um partido deve ter a meta de lançar um candidato com chance de êxito — afirmou o deputado.

No Rio, a ex-juíza Glória Heloíza Lima da Silva conseguiu manter sua candidatura pelo PSC mesmo após o afastamento do governador Wilson Witzel (PSC). Investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), Witzel é alvo de processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) por suposto favorecimento a fornecedores na área da Saúde em troca de propina, que seria paga por meio do escritório de advocacia da primeira-dama, Helena.

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