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Em Amaturá (AM), sobe para 12 os casos suspeitos de doença de Chagas

Da Redação do Dia a Dia Notícia*

Em Amaturá (a 909 quilômetros de Manaus), uma equipe técnica investiga a ocorrência de casos da doença de Chagas na comunidade Caturiá, zona rural do município, após o consumo de açaí. Os técnicos são integrantes da FVS-RCP e Fundação de Medicina Tropical – Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Até esta segunda-feira (09/05), foram notificados 12 casos da doença no município.

Segundo o chefe do Departamento de Vigilância Ambiental (DVA) da FVS-RCP, Elder Figueira, as investigações da equipe técnica já detectaram que 34 moradores tinham consumido o suco de açaí, o qual tinha sido produzido artesanalmente na comunidade. “Esses moradores foram submetidos ao exame de gota espessa, foram revisadas as lâminas já feitas e 22 casos foram descartados”, detalha.

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), instituição vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), alerta para a prevenção de doença de Chagas, por meio da manutenção de boas práticas de higiene na manipulação de açaí.

As boas práticas aplicadas de forma adequada, desde a coleta, higienização e processamento do fruto, previnem a contaminação do açaí com o agente causador da doença de Chagas, o protozoário parasita Tripanossomo cruzi, que é transmitido pelas fezes do inseto triatomíneo, conhecido popularmente como “barbeiro”.

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que o “barbeiro” se alimenta de sangue de animais mamíferos que possam ter ninhos próximos ao açaizeiro, caindo, ocasionalmente, nas palmeiras de açaí. “O açaí é um alimento de grande importância nutricional e bastante difundido na região amazônica. Para que o produto esteja adequado para consumo, é fundamental a prática de cuidados sanitários”, afirma Tatyana.

O chefe do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa) da FVS-RCP, Jackson Alagoas, acrescenta que o fruto do açaí, quando retirado da árvore, deve ser muito bem higienizado. “É importante que sejam seguidas boas práticas de preparo desse alimento, desde a coleta, o processamento em local e com utensílios adequados de forma a garantir práticas de higiene”, disse Jackson.

Jackson acrescenta que cabe às vigilâncias sanitárias municipais, às pessoas que trabalham com a produção do suco do açaí, ou que obtém esse alimento para o consumo próprio, observar esses cuidados de higiene básica, para que seja prevenida qualquer contaminação de doença de Chagas e, também, de outras contaminações relacionadas à água e ao processo de produção de alimentos.

Doença de Chagas

A doença de Chagas é uma doença infectoparasitária febril aguda, que passou a ser uma preocupação a mais entre todas as doenças febris que se manifestam de maneira endêmica na Amazônia.

“A doença de Chagas tem se apresentado em diversos surtos epidêmicos em locais distintos da Amazônia, caracterizando-se por uma doença febril seguida por inchaços, edemas, sinais e sintomas de doenças cardíacas e que, muitas vezes, se transforma numa doença prolongada”, destaca o infectologista Antonio Magela, da FMT-HVD.

Ainda segundo o infectologista, o tratamento da doença de Chagas é muito específico que deve ser realizado sob estrita orientação médica, para evitar que a doença evolua para a forma crônica, acometendo o coração, esôfago e intestino, quando a doença passa a não ser curável. “Por isso, essa necessidade de um trabalho de uma equipe interdisciplinar para fazer o diagnóstico”, encerra o infectologista.

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