*Da Redação Dia a Dia Notícia
Em 2023, Manaus já registrou 422 casos de sífilis em gestantes, 64 casos de sífilis congênita e 701 casos de sífilis adquirida. Também houve o registro de 165 casos novos de HIV e 48 casos de Aids este ano, sendo que no ano passado o número de casos de HIV chegou a 1.848 casos e de Aids ficou em 546 casos. Os dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
A capital registrou ainda, em 2023, 26 casos de hepatite B, 20 casos de hepatite C e dois casos de hepatite D. O número registrado de casos novos de Síndrome do Corrimento Uretral Masculino, causada pela clamídia, gonorreia, tricomoníase e o Mycoplasma Gennitalium, chegou a 53 casos este ano.
No ano passado, foram registrados 6.177 casos de sífilis, incluindo sífilis adquirida (177,1 casos a cada 100 mil habitantes), em gestantes (54,1 casos a cada 1.000 nascidos vivos) e sífilis congênita (8,8 casos a cada 1.000 nascidos vivos).
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e pode ser transmitida por meio da relação sexual (adquirida ou em gestantes) ou da transmissão vertical, da mãe para o feto (congênita).
As complicações da sífilis congênita incluem abortamento espontâneo, parto prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas, deficiência mental e mesmo morte ao nascer. As manifestações clínicas podem surgir nos primeiros três meses, durante ou após os dois anos de vida da criança.
Qualificação
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou na última quarta-feira (10), o curso “Manejo da Sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)”, direcionado para médicos e enfermeiros que atuam na zona Leste da capital. A programação realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS) Gebes Medeiros, no bairro Jorge Teixeira, e seguiu até a quinta-feira (11).
A técnica da gerência de Vigilância Epidemiológica da Semsa, enfermeira Ylara Enmilly Siqueira Costa, explicou que o curso é o segundo de uma série de cinco capacitações que têm o objetivo de qualificar o atendimento à população nos cinco Distritos de Saúde (Disas) em Manaus, atendendo também as zonas Sul, Norte, Oeste e rural.
“A programação iniciou dia 3 de maio com profissionais do Disa Sul, mas será concluída até o início de junho nos cinco Disas. A intenção é reforçar a qualificação dos profissionais no atendimento às pessoas com sífilis, abordando o cenário epidemiológico atual da doença em Manaus, as ações de vigilância, o fluxo de atendimento, manejo clínico e o seguimento do atendimento, incluindo outras ISTs”, informou Ylara.
Segundo a enfermeira, o foco principal do curso é o manejo da sífilis, que é a IST com maior registro de casos no município de Manaus, sendo um grave problema de saúde pública e que foi considerada pelo Ministério da Saúde como uma epidemia no final do ano de 2016.
“A sífilis congênita ocorre quando crianças nascem com a doença transmitida da mãe para o bebê durante a gestação, e pode ser evitada quando a gestante realiza pré-natal de forma correta, faz os exames para detecção da sífilis e realiza o tratamento em tempo oportuno. Nesse contexto, o curso também será uma oportunidade para reforçar junto aos profissionais a importância do acompanhamento da gestante na prevenção e controle da sífilis, assim como outras ISTs”, disse Ylara.