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Eleições em foco:​ Vai eleição, vem eleição, e o país continua na mesma situação?

“O objetivo da política é o bem comum”. Aristóteles

“A ignorância, a cobiça e a má-fé também elegem seus representantes políticos.” Carlos Drummond de Andrade

​Vai eleição, vem eleição, e o país continua na mesma situação? Para qual caminho a história e a experiência nos apontam? Parece que estamos na mesma situação e não resolvemos nada em nossa vida política. E os nossos desafios políticos parecem apenas se multiplicar. Inúmeros são os problemas que a sociedade brasileira deve enfrentar, problemas antigos, assim como os desafios que a vida contemporânea nos coloca a cada dia.

​Muitas vezes, mesmo na sala de aula com meus alunos, ou nas inúmeras conversas sobre o tema política e eleições, sou abordado com a seguinte pergunta: professor, em quem devemos votar? Trata-se de fato de um questionamento que exige uma reflexão séria e profunda, bem como de uma mudança radical de atitudes diante de todo o processo político.

​Para muitos e talvez para a maioria, democracia signifique apenas o direito de votar. “Votei, pronto, fiz a minha parte!” Quando de fato, o processo eleitoral e a confirmação na urna sejam apenas uma pequena parte de tudo o que envolve a participação política.

​Vale a pena pensar e repensar o sujeito do processo político democrático em meio a toda complexidade do fazer político. Cabe lembrar aqui que um dos principais fundamentos da política democrática é de fato a participação, envolvida na diversidade de interesses em jogo, bem como da necessidade do envolvimento responsável de todos os agentes do fazer político.

​Mas podemos delimitar aquilo que diz respeito à minha e a sua participação. O que de fato poderemos fazer? De que maneira devemos agir dentro da dinâmica? As consequências, boas e ruins dependem da forma como cada agente político assume seu papel. E não, amigos leitores, não basta somente votar…

​O centro de nossa reflexão hoje está exatamente aqui: será que por não conhecermos o que de fato nos é exigido na vida democrática e cidadã, seguimos acumulando fracassos no fazer político? Sim, democracia é participação, democracia é responsabilidade social, democracia exige luta por direitos, democracia sugere que cada eleitor seja fiscal, e seja também um propositor de novas leis, um observador de novas demandas, que exija seus direitos e os defenda, e da mesma forma, defenda e promova o direito que é de todos.

​O filósofo francês Alain Touraine, em sua obra “O que é a democracia?” Nos alerta para o fato que o processo democrático deve ser constantemente alimentado pela força da participação de todos os agentes políticos: eu, você, o Estado, as instituições, as ONGs, os partidos, governantes e governados.

​Talvez, para o povo brasileiro, este processo de responsabilidade social e participativo não esteja bem claro. Frases do tipo: “política não se discute”, “política é escolha de cada um”, “político é tudo ladrão”, “em sala de aula não se fala de política”, “odeio política”, distorcem o processo e são pouquíssimo educativas.

​É necessário mais, é necessário conhecer, estudar, ler, debater, refletir. É importante conhecer a história e a partir da história avaliar erros e acertos.

​É importante reconhecer a nobreza do processo político, sua importância para as nossas vidas e posso afirmar, para a construção de nossa felicidade, sim, NOSSA, pois trata-se de um processo social, democrático e fundamentalmente PARTICIPATIVO.

​Essa mudança de perspectiva, sair do simples “em quem devo votar” para o “o que todos devemos fazer” nos coloca no centro de uma dinâmica conjunta e que exigirá de nós muita maturidade para acolher e assumir as exigências de tamanha responsabilidade. Em que cada cidadão e cidadã o vivencie com foco em todos e não somente neste ou naquele indivíduo.

​O processo eleitoral e a ida às urnas são muito importantes, porém sozinho seria insuficiente. Um processo que certamente não se encerre no ato de votar, ou mesmo em quem votar, mas na forma como assumimos nossa missão no fazer político, exigindo dos governantes o que de fato é urgente e necessário que seja feito, fiscalizando e cobrando o serviço que devem prestar a toda sociedade.

​Na construção de melhorias dentro do processo político não existe o salvador da pátria, ou um Papai Noel doador de presentes, e sim aquilo que desenvolvemos juntos em vista de um bem maior, um bem social, um bem comum.

Por Sérgio Bruno

É um livre pensador e professor formado em Ética e Filosofia Política, com mais de 15 anos de experiência na docência e formação de jovens e adultos. Atualmente também é professor em cursos pré-vestibulares na área de Ciências Humanas e suas tecnologias, atuando também como professor de Sociologia, Cultura Religiosa e Teologia. É apaixonado por temas como Cultura e Sociedade, Cidadania, Política, Direitos Humanos e Diálogo Inter-religioso. Adora livros, leitura e literatura e deseja convidar você para compartilhar pensamentos, ideias e reflexões diversas.

Instagram: @sergioric13

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