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Efeito da pandemia: número de crianças de 6 e 7 anos analfabetas cresce 66%

A comparação é entre os anos de 2021 e 2019
Pandemia causa impactos na alfabetização de crianças (Foto: Pexels)

Um estudo divulgado nesta terça-feira (8) pela ONG Todos pela Educação explicitou os efeitos da pandemia no desenvolvimento educacional de crianças no Brasil. Em comparação com o ano de 2019, houve um aumento de 66% no número de crianças entre 6 e 7 anos que não sabem ler nem escrever em 2021.

Em números absolutos, 2,4 milhões de crianças desta faixa etária não estão alfabetizadas. O número corresponde à quase metade do grupo inteiro – 40,8%. Em 2012, quando a análise começou a ser feita, eram 28%.

Por lei, as crianças devem saber ler e escrever até o final do 2° ano do Ensino Fundamental, ou seja, quando estão com 7 anos.

O estudo também mostrou a desigualdade no acesso à educação durante a pandemia, já que as escolas públicas ficaram mais tempo fechadas, além de oferecer menos estrutura para aulas a distância. Na parcela mais pobre da população, 51% não estão alfabetizadas. Já nos domicílios mais ricos, 16,6% ainda não tinham aprendido a ler e escrever.

A proporção de crianças pretas analfabetas também é maior em comparação com crianças brancas. A diferença é de 12,3%.

A nota técnica divulgada pela Todos pela Educação faz ainda um alerta de que esse levantamento mostra apenas o início dos efeitos da pandemia na educação. “Estes dados precisam continuar sendo acompanhados nos próximos trimestres, para que, em breve, tenhamos a real dimensão dos impactos do prolongado fechamento de escolas nestes indicadores”, afirma.

O método de análise usado pela ONG foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os questionários, contudo, foram respondidos por pais e responsáveis.

De 2019 a 2021, segundo a sondagem, o número de crianças que não sabem ler nem escrever só cresceu:

  • a cada 25 crianças, seis não sabiam ler nem escrever em 2019;
  • a cada 25 crianças, oito não sabiam ler nem escrever em 2020;
  • a cada 25 crianças, 10 não sabiam ler nem escrever em 2021.

As crianças declaradas como negras ou pardas são a maior parte das que não sabiam ler na respectiva idade, em 2021. Entre as negras, 47,4% não sabiam ler nem escrever, enquanto as pardas somavam 44,5%. Já entre as crianças brancas que não sabiam ler e escrever, a soma chegou a 35,1%.

 

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