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Eduardo Bolsonaro publica foto do Zé Gotinha com uma seringa no formato de fuzil e recebe críticas nas redes

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou nas redes sociais, nesta sexta-feira, uma imagem do Zé Gotinha, personagem símbolo de campanhas de vacinação no Brasil, segurando um fuzil em forma de seringa. No primeiro tuíte, a foto estava acompanhada da frase “Nossa arma agora é a vacina!”, mas a mensagem foi apagada horas depois e repostada com o texto “Nossa arma é a vacina!”. A publicação rapidamente viralizou nas redes, levando o Zé Gotinha ao posto de segundo assunto mais comentado do dia no Twitter.

 

Publicação original foi apagada e repostada sem a palavra "agora"

O ajuste no texto corrobora as últimas movimentações da família Bolsonaro para reposicionar o discurso do governo federal sobre a importância da vacinação contra a Covid-19. Desde o fim da coletiva do ex-presidente no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, onde ele criticou o comportamento do presidente no enfrentamento da pandemia de Covid-19, Jair Bolsonaro e os filhos iniciaram a ofensiva para tentar reposicionar o governo sobre a importância da vacinação para que a normalidade seja retomada, segundo O Globo.

“Cadê o Zé Gotinha? Bolsonaro mandou embora porque pensou que era petista”, disse Lula.

Nesta quarta-feira, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) já tinha feito algo semelhante: pediu no Telegram para que os seus seguidores viralizassem uma foto de Bolsonaro com o mesmo texto, “nossa arma é a vacina”. A mesma imagem também foi compartilhada por ele no Twitter, onde afirmou que “nos próximos dois meses vacinaremos dezenas de milhões de brasileiros”.

Deputados da oposição e usuários da rede social criticaram a associação do personagem que ajudou a vacinar milhões de crianças com uma arma. A montagem acabou popularmente conhecida nas redes como “Zé Gotinha Miliciano”.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) já havia comentado a primeira publicação de Eduardo, mas após a mudança no texto ele fez uma nova provocação: “O print é eterno, Bananinha. Não adianta apagar a confissão de que vocês estão há meses boicotando a vacinação e só agora, por desespero, estão correndo atrás do prejuízo”.

Segundo informou o colunista Lauro Jardim, o presidente está sendo aconselhado por ministros próximos a aproveitar a nova cepa mais contagiosa do vírus para mudar o discurso sobre vacinas e a campanha nacional de imunização.

Em outubro, quando o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou um acordo para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. No dia seguinte, em um comentário no Facebook, Bolsonaro chamou o imunizante de “vacina chinesa de João Doria” e afirmou que não seria comprado. No mesmo dia, durante evento em São Paulo, reforçou que havia mandado cancelar o acordo.

Há menos de uma semana, quando o coronavírus já tinha matado quase 260 mil brasileiros, Bolsonaro afirmou que é preciso parar de “frescura” e “mimimi” com a pandemia de Covid-19 e questionou até quando as pessoas ficarão “chorando”. Para Bolsonaro, é preciso “enfrentar nossos problemas”.

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