*Da Redação Dia a Dia Notícia
Uma trabalhadora doméstica de 51 anos de idade foi resgatada em condições análogas à escravidão em residência de um bairro de classe média na cidade de Manaus. O resgate foi realizado no dia 24 de abril deste ano, porém a informação só foi divulgada nesta quinta-feira (29), pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-AM/RR).
De acordo com o órgão, após serem constatadas graves irregularidades e a necessidade de cessar imediatamente a prestação dos serviços, com a saída da trabalhadora da residência, foi providenciada acolhida em serviço de abrigamento de vítimas de violência mantido por organização da sociedade civil que atua no fomento estatal.
Trabalho escravo
A trabalhadora, atualmente com 51 anos, vivia em situação de vulnerabilidade com a família em Teresina, no Piauí, quando foi levada aos 17 anos para a residência da família tomadora dos serviços em Manaus.
Ela morava e trabalhava em troca de comida, moradia, recebimento de roupas, novas e usadas, e salário, que não se comprovou superar o mínimo nacional. Além dos afazeres diurnos, a empregada dormia em sofá-cama no mesmo quarto da empregadora, para cuidados necessários a qualquer hora da noite, e não tinha local apropriado para guarda de objetos pessoais. Havia, ainda, limitação de liberdade de locomoção, que chegou ao ponto de controle de raras saídas nas noites de sábado.
Foi mantida por 34 anos em situação de emprego informal, sem garantia de salário-mínimo, sem receber 13º salário, sem limitação de horário de trabalho, sem concessão de folga semanal sem gozo de férias anuais remuneradas com adicional de ao menos um terço, sem recolhimento ao INSS, sem depósito de FGTS, além de todos os demais consectários legais do vínculo de emprego.