*Da Redação Dia a Dia Notícia
Fortalecer a identidade dos povos originários por meio de iniciativas que promovam proteção territorial, sustentabilidade, bem viver e retorno aos territórios indígenas. Esse é o objetivo da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) que, desde 2017, atua com ações voltadas para a conservação da floresta em pé e melhoria da qualidade de vida de populações indígenas da região amazônica. O programa inclui projetos nas áreas de esporte, saúde, educação, empreendedorismo e empoderamento feminino, entre outras.
Nesta sexta-feira, 19 de abril, data em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, a FAS realiza um balanço dos resultados dos projetos voltados para as comunidades indígenas onde atua. Segundo a supervisora do Subprograma Indígena da FAS, Rosa dos Anjos:
“Nossa missão na FAS é promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia e reconhecemos que isso só pode ser alcançado por meio do respeito e da valorização dos povos indígenas, que habitam essa terra há séculos. A agenda indígena não é apenas uma parte de nosso trabalho, é uma parte fundamental da nossa missão, e os resultados alcançados demonstram que nossas iniciativas têm feito a diferença”, afirma.
Esporte
O projeto Arquearia Indígena da FAS nasceu com o objetivo de popularizar a arquearia e fortalecer a imagem e autoestima dos povos indígenas, promovendo oportunidades de crescimento e desenvolvimento por meio do tiro com arco. O projeto atendeu quatro atletas de alto rendimento de dois povos indígenas, que participaram de 21 campeonatos nacionais e internacionais. Criado em 2013, os jovens indígenas já ganharam 53 medalhas, sendo 34 nacionais e 19 internacionais. Do total, 20 foram medalhas de ouro, 17 de prata e 16 de bronze, na arquearia.
Já o projeto de canoagem visa dar condições para que atletas indígenas possam iniciar na modalidade, treinar e se desenvolver a ponto de buscar o mesmo nível técnico e desportivo de atletas que representam as seleções nacionais. Desde 2014, foram mais de 60 jovens beneficiados e 29 indígenas alcançados.
Pelo projeto de arquearia, os beneficiários recebem acompanhamento, instrução, avaliação, alimentação e treinamento para crescer no esporte, e disputar competições regionais, nacionais e internacionais.
Em fevereiro deste ano, o projeto ganhou repercussão nacional após participação dos atletas Gustavo Santos e Graziela Santos Yaci no quadro “The Wall”, do programa Domingão com o Huck. O objetivo da participação no programa foi a arrecadação de recursos para construção do Centro de Arquearia Indígena na comunidade indígena Nova Kuanã, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, no baixo Rio Negro, para ser o local de treinamento dos atuais e novos atletas do projeto.
A influenciadora digital e ex-BBB, Vanessa Lopes conheceu o projeto, no início deste mês, e foi apresentada a um dos atletas envolvidos na iniciativa, Nelson Cruz, na comunidade indígena Três Unidos, localizada na Área de Proteção Ambiental do Rio Negro. Durante sua visita, a influenciadora pediu apoio aos seus seguidores para doações. A campanha para arrecadação continua e as doações podem ser feitas no site da FAS, no link.
“O projeto (Arquearia Indígena da FAS) é importante para gente, porque ele forma também nosso caráter. Foi através dele que a gente cresceu pessoalmente, fisicamente e intelectualmente. Ampliamos nossa visão de mundo, conhecemos novos lugares, testamos nossos próprios limites dentro do esporte e o projeto só acrescentou em nossa vida. Porque, sem o esporte e sem o projeto de arquearia, eu não chegaria a lugar nenhum. Ele nos possibilitou sair da nossa realidade no interior, conhecer novas culturas, nos deu oportunidade”, comentou Gustavo Santos.
Outro projeto esportivo é o da Canoagem Indígena, que auxilia os jovens a iniciarem na canoagem, treinar e se desenvolver para que possam alcançar o mesmo nível técnico e desportivo de atletas de seleções nacionais. A iniciativa já beneficiou mais de 60 atletas de quatro povos indígenas.
Educação
A FAS também visa incentivar a melhoria da educação nas comunidades tradicionais. Exemplo disso é que, desde 2021, mais de quatro mil crianças ribeirinhas e indígenas de comunidades das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Uatumã e Rio Negro foram beneficiadas através do eixo “Melhoria da Alfabetização”, que faz parte do projeto da FAS em parceria com a Americanas.
Empreendedorismo e empoderamento feminino
A FAS incentiva ainda o empreendedorismo para mulheres indígenas, promovendo a economia, geração de renda e capacitação empreendedora para este público. Mais de 80 indígenas de 29 povos, já receberam capacitação em empreendedorismo.
A iniciativa Parentas que Fazem, por exemplo, que é realizada com apoio do Google.org, instituição filantrópica do Google, fortalece cinco organizações indígenas lideradas por mulheres no Amazonas, através de assessoria técnica, investimento financeiro e formações em gestão e iniciação empreendedora. O projeto conta com apoio da Makira-E’ta – Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Por meio do Parentas que fazem, a FAS vai instalar três pontos de inclusão digital indígena. A organização também realizou o mapeamento das organizações femininas indígenas de toda a Amazônia Brasileira, o que deve facilitar oportunidades de negócios e geração de renda para esses coletivos.
“A formação nos mostrou como podemos ampliar nosso trabalho e crescer cada vez mais. Destaco o treinamento sobre o sistema de valoração dos produtos e a importância de trabalhar com planilhas e contar as horas de trabalho, e o tempo que leva para produzir um produto. O workshop vai ajudar o nosso negócio em todas as formas, desde a produção até à venda”, declarou a jovem indígena Sandy Yusuro, 19 anos, administradora financeira da Associação das Mulheres Indígenas Sateré Mawé (AMISM).