*Da Redação Dia a Dia Notícia
Celebrado neste sábado (26), o Dia de Nanã homenageia a orixá mais velha do panteão afro-brasileiro, símbolo de sabedoria, ancestralidade e conexão com as águas profundas e a terra. Com raízes nas religiões de matriz africana, a data é marcada por rituais, cantos e agradecimentos à divindade que representa o ciclo da vida e da morte.
Quem é Nanã Buruquê?
Nanã Buruquê é uma das orixás mais antigas do panteão africano, vinda da tradição iorubá e jeje, cultuada especialmente no Candomblé e na Umbanda. É considerada a mãe ancestral, ligada à sabedoria, à criação da vida e à passagem para a morte.
História
Existem várias lendas sobre Nanã, em uma das mais famosas ela é retratada como uma divindade vaidosa que desprezou seu filho primogênito, por nascer com doenças de pele. Ela o abandonou numa praia, onde lemanjá o encontrou e o criou.
Dia 26 de julho
Devido a forte perseguição que as religiões de matriz africana sofreram no Brasil ao longo dos séculos, o dia de Nana Buruquê é comemorado na mesma data que Santa Ana, a avó de Jesus. Ambas simbolizam sabedoria ancestral e são chamadas carinhosamente de ‘vovó’.
Oferendas
Entre as oferendas mais comuns estão: pirão de peixe, jaca, frutas escuras como amora e ameixa; além de legumes como berinjela, batata doce roxa e beterraba. Água de rio ou lago e caldas de frutas também são bem-vindas.
Ciclo
Nanã rege os momentos de transição espiritual. Quando alguém morre, ela acolhe o espírito e conduz sua passagem de volta ao Orum (o plano espiritual). Ela não representa a morte como punição, mas como parte do ciclo natural da existência.
Conexão
Segundo as tradições, para se conectar com essa orixá, basta acender uma vela branca ou lilás e pedir para que Nanã ajude com a ‘cura da alma’. As pessoas também costumam pedir que ela os livre de tudo que esteja atrapalhando a jornada, como: doenças, proteção dos maus agouros, energias negativas.
Símbolo
O mais característico é o ibiri, um cetro ritual feito de palha da costa, búzios e outros elementos naturais, que representa sua autoridade espiritual e ligação com os mistérios da morte. Nanã também está associada ao barro e à lama, símbolos da criação do corpo humano e do retorno à terra após a morte. Seus elementos naturais são os pântanos, brejos e águas paradas, locais que evocam profundidade, silêncio e força ancestral. Suas cores litúrgicas mais comuns são o roxo, lilás e branco com roxo, representando sabedoria, espiritualidade e respeito pelos ciclos da vida. Esses símbolos refletem sua energia calma, firme e ancestral.
Ver essa foto no Instagram
