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‘Deus odeia o orgulho’: pastor André Valadão ataca comunidade LGBT+ em culto nos Estados Unidos

*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia

O pastor evangélico André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, atacou o movimento e a comunidade LGBTQIAP+ durante um culto na filial de Orlando de sua empresa religiosa. Na pregação, André condenou a palavra “orgulho”, pintada com as cores arco-íris da bandeira do movimento. Sem usar palavras que indicassem diretamente a comunidade, o líder religioso afirmou que ao longo do mês de junho – conhecido como Mês do Orgulho Gay -, iria apontar o ‘caminho da santidade’ e que Deus não destruiu a humanidade no passado por roubo ou idolatria, mas por “imoralidades sexuais”.

Em um momento anterior, Valadão afirmou que “Deus odeia o Orgulho” e que “qualquer movimento que carrega o termo orgulho, Deus abomina”. O pastor também pregou afirmando que junho é o mês que “Deus mais repugna na humanidade” e que ele e sua igreja irão meditar sobre a bíblia todos os dias para combater “a cultura LGBTQIA+ influenciando a vida do crente em Jesus”.

“A figura do orgulho é Lúcifer. A figura da palavra orgulho é o anjo caído, é alguém que, debaixo dos seus atributos, dons e possibilidades, quis se igualar a Deus […] orgulho é dizer: ‘eu não preciso de Deus’. O símbolo do orgulho, na bíblia, é Lúcifer e a palavra mostra que Deus não tolerou Lúcifer”, disse.

O líder da Igreja da Lagoinha – a qual pertenceu Guilherme de Pádua, assassino de Daniela Perez – afirmou que a mídia, marcas e bilionários têm conluio para impor uma agenda onde o “não crente quer dizer pro crente como o crente tem que viver”. O pastor evangélico usou passagens bíblicas cujas traduções novas – muito diferentes dos originais – supostamente versam sobre sexualidade e orgulho.

“Vocês não sabem que os perversos não herdarão o reino de Deus? Eu amo essa frase, essa pequena frase: não se deixem enganar. Nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o reino de Deus”, citou atribuindo ao livro de Coríntios, ainda que certas palavras não estejam na bíblia original.

Valadão também expressou sua preocupação “porque hoje 57% da família cristã aceita o mês do orgulho. Hoje 57% da família evangélica e que se diz cristã não se opõe ao arco-írizinho nas lojas. 57% das famílias evangélicas hoje trata com normalidade a prática do pecado da homossexualidade”.

Reações

Na internet, a reação às falas de André Valadão foram imediatas. O repórter Renato Souza, de Brasília, citou o versículo o qual afirma que “quem pratica fraude não habitará no meu santuário” e relembrou quando o pastor mentiu sobre ter sido intimado pelo Tribunal Superior Eleitoral em outubro do ano passado.

As deputadas federais Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (PSOL-SP), primeiras mulheres trans a ocuparem vagas da Câmara Federal também se pronunciaram. Duda lamentou o episódio demonstrou tristeza com as falas de André Valadão. Erika, por sua vez, afirmou que “Deus não odeia o orgulho” e que “os intolerantes e mercadores da fé é que odeiam as diferenças”. A parlamentar ainda entrou com representação no Ministério Público de Minas Gerais contra ele por LGBTfobia, a qual é crime desde a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equiparou homofobia e transfobia ao crime de racismo.

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