*Da Redação Dia a Dia Notícia
Com foco em impactos, adaptação e vulnerabilidade, a segunda parte do 6º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) apresentou um cenário grave e em alguns casos irreversíveis para os governos mundiais. O relatório apontou os impactos das mudanças climáticas, em especial para populações vulneráveis.
O relatório aponta que os impactos das mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais complexos e difíceis de administrar. A Amazônia é um dos casos citados no IPCC para ilustrar tal complexidade, onde no bioma, as mudanças climáticas se somam ao desmatamento e às queimadas, gerando perdas irreversíveis ao ecossistema e à biodiversidade.
Em relação a Amazônia, há o risco de uma mudança gradual de floresta tropical para savana, onde ocorre um aumento de um nível entre 1,5ºC e 3ºC com um valor médio em 2ºC. Os principais riscos à crise climática no Brasil e na América Latina incluem a segurança hídrica, saúde devido a epidemias crescentes, riscos a segurança alimentar devido a secas frequentes ou extremas, danos à vida e à infraestrutura em decorrência de inudações, deslizamentos de terra, elevação do nível do mar, tempestades e erosão costeira.
Os eventos de chuvas fortes, que resultam em inundações, deslizamentos de terra e secas, devem se intensificar em magnitude e frequência. É estimado que o aquecimento de apenas 1,5ºC resulte em um aumento de 100 a 200% no número de população afetada por inundações nos países da Colômbia, Brasil e Argentina; 300% no Equador e 400% no Peru.
Nos últimos 50 anos, a mudança climática retardou os ganhos de produtividade da agricultura mundial, trazendo insegurança alimentar a milhões de pessoas, onde os maiores impactos são observados na África, América Latina, Ásia, nos pequenos países insulares e no Ártico.
Em seus 32 anos de existência, o IPCC já publicou cinco grandes relatórios de Avaliação nos anos de 1990, 1995, 2001, 2007 e entre 2013 a 2014, além de relatórios especiais e outros documentos. O 6º Relatório do IPCC conta com a contribuição de 800 autores e revisores, sendo 21 brasileiros. Sua publicação final está prevista para ocorrer no segundo semestre de 2022.