O desmatamento na Amazônia entre janeiro e maio deste ano é o maior para o período desde que o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) passou a medir a devastação da floresta, em agosto de 2015.
Ao todo, foram desmatados 2.032 km² em cinco meses. A área devastada é 33% maior do que a cidade de São Paulo.
O aumento foi de 34% em comparação com a devastação no mesmo período no ano passado e 49% acima da média histórica, entre os anos de 2016 e 2019. O tamanho da devastação é ainda pior entre agosto de 2019 a maio deste ano: 6.499 km², um aumento de 78% em comparação ao mesmo período anterior.
“Outro aspecto preocupante é que esse período de dez meses exclui os meses de junho e julho, quando o desmatamento é historicamente mais alto”, afirma o Inpe em nota.
Chama a atenção o desmatamento no Pará: 344 km² dos 829 km² devastados apenas maio. Na sequência surgem Amazonas (182 km²) e Mato Grosso (177 km²).
“Os dados preocupam e indicam uma tendência crescente de desmatamento no período, com níveis ainda maiores do que 2019, um ano já excepcionalmente alto”, afirma Mariana Ferreira, do WWF-Brasil.
- Estamos diante de um cenário de total catástrofe para a Amazônia, com a expectativa de mais áreas abertas, invasões e queimadas somadas ao triste cenário do alastramento da pandemia pelo bioma Mariana Ferreira, do WWF-Brasil
Na terça-feira (9), o Inpe já havia divulgado que o desmatamento da Amazônia de agosto de 2018 a julho de 2019 (o governo de Jair Bolsonaro começou em janeiro de 2019) foi ainda maior do que se imaginava. No período, a Amazônia perdeu 10.129 km².