O Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, informou que a Amazônia voltou a registrar recorde de desmatamento. Ao longo do mês de janeiro, 430 quilômetros quadrados da floresta foram destruídos, o equivalente a 43 mil campos de futebol e maior do que a área urbana de Manaus.
O número representa um crescimento de 418% em relação a janeiro de 2021 e a pior perda em área desde 2016, quando foi iniciada a medição pelo sistema Deter-B. Os alertas de desmatamento concentram-se principalmente nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará.
Segundo a porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzeti, os estímulos para o desmatamento são muito evidentes, principalmente na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), fazendo com que os números cresçam até mesmo em meses chuvosos, que deveriam registrar uma menor devastação. A política ambiental do atual governo tem sido alvo de críticas externas e internas.
“Esse é um momento de ouro para quem desmata e/ou rouba terras públicas, já que existe uma falta proposital de fiscalização ambiental e expectativa de alteração na legislação para regularizar a invasão de terras públicas”, afirmou Cristiane.
Em três anos de governo Bolsonaro, a devastação da Amazônia cresceu exponencialmente. Segundo um relatório do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o desmatamento entre agosto de 2018 e julho de 2021 foi 56,6% maior do que no mesmo período entre 2015 e 2018, durante as gestões dos ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). O relatório afirma que o enfraquecimento dos órgãos ambientais dificulta a punição a criminosos e o combate a retrocessos ambientais na legislação, como o PL do Veneno aprovado na Câmara dos Deputados com amplo apoio da bancada amazonense.
*com informações de Estadão Sustentabilidade