A sessão solene realizada nessa terça-feira (24) para a instalação do Museu do Judiciário, como parte das comemorações dos 130 anos de instalação do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), também marcou a despedida do desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, que participou de sua última sessão como membro do Pleno da Corte, antes de completar 75 anos, no próximo domingo (29), e alcançar a aposentadoria compulsória por idade.
“Nesta hora meu coração canta vitória, após 46 anos, 1 mês e 27 dias, termina minha missão de julgar”, declarou Moutinho, lembrando que o plenário do Palácio da Justiça Clóvis Bevilácqua – antiga Sede do TJAM e onde ocorreu a sessão desta terça-feira – lhe trouxe recordações, como a de uma visita ao local, em 1956, quando seu pai o levou ao prédio histórico pela primeira vez.
Já adulto, passou no concurso para a magistratura amazonense, assumindo, em 1976, a judicatura em Boca do Acre, interior do Estado. Disse ver a magistratura como verdadeiro sacerdócio. Em 2004, já no cargo de desembargador, disse assumir com honra, retidão e respeito, com plena consciência de exercê-lo sem receio e, ainda, ciente de que juiz não é dono da verdade, mas aquele que busca praticar a verdadeira justiça.
O magistrado disse que participa da última sessão do Tribunal Pleno vencendo adversidades na saúde, algumas dificuldades durante sua trajetória, e que optou por continuar a trabalhar, mesmo tendo possibilidade de aposentar-se antes. Em seu discurso, citou diversos momentos de sua vida profissional, os desafios ao exercer importantes funções no Judiciário e o aprendizado. Ao final de seu pronunciamento, muito emocionado, falou do sentimento de gratidão, em especial à esposa, aos filhos e outros familiares; amigos; magistrados (as) e servidores (as), dentre os quais aqueles que estiveram ao seu lado por quase 17 anos.
