Duas deputadas do Psol – Áurea Carolina (MG) e Talíria Petrone (RJ) – e o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), todos negros, protocolaram projeto de lei proibindo homenagens a quem no passado foi proprietário e traficante de escravos e a pensadores que defenderam e legitimaram a escravidão.
O parlamentares defendem a remoção das ruas de monumentos públicos, estátuas, totens, praças e bustos que cultuam essas pessoas. Ao todo, são 180 estátuas em todo o país.
No projeto, os três defendem que esse material seja destinado a museus e que sejam inseridas informações sobre suas relações com a escravidão.
O levantamento com esses nomes está exposto no site Galeria da Arte Racista Brasileira. Durante 5 meses, um grupo do Coletivo Negro de Historiadores Tereza de Benguela realizou essa pesquisa e identificou os 180 monumentos.
Nessa lista, completa no site “Notícia Preta”, tem Tiradentes, Cristóvão Colombo, Bento Gonçalves, Borba Gato e Maurício de Nassau, entre outras dezenas de nomes.
“Existe também um caráter pedagógico dos monumentos, o pois os homenageados são pessoas reconhecidas pela sociedade como figuras exemplares e que devem servir de inspiração para as novas gerações. Desta forma, as estátuas cumprem esse papel, porém é totalmente incoerente termos personagens que participaram de atos deploráveis, como a legitimação da escravidão, sendo tratados como exemplo para novas gerações”, afirmam os três parlamentares na justificativa do projeto.