*Da Redação Dia a Dia Notícia
A morte da grávida Giovana Ribeiro da Silva, de 29 anos, e do bebê que ela esperava, após cair em um buraco na avenida Djalma Batista, no domingo (22), gerou clima tenso e discussão acalorada na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). O deputado Delegado Péricles (PL) levou o caso à tribuna e responsabilizou a Prefeitura de Manaus pela tragédia, recebendo apoio de outros parlamentares. A declaração, porém, provocou reação imediata do deputado Daniel Almeida (Avante), irmão do prefeito David Almeida.
Péricles afirmou que o problema dos buracos em Manaus é recorrente e amplamente denunciado pela população, mas que os investimentos em asfaltamento não têm resultado em melhorias efetivas.
“A população de Manaus fala diariamente sobre os buracos que se encontram na sua rua, no seu bairro, nas principais vias de Manaus. E a gente vê se gastando centenas de milhões por um tal de programa Tapa Buraco, e efetivamente a gente não vê as ruas sendo asfaltadas, o que se faz é maquiagem”, disse o parlamentar.
Ele também destacou que o buraco responsável pelo acidente só foi tapado após a fatalidade: “Um buraco que há meses se encontrava ali na Djalma e, para quem não sabe, recebi informação agora, que agora que a Seminf (Secretaria Municipal de Infraestrutura) mandou tapar o buraco, agora há pouco, depois da tragédia”.
O presidente da Casa, deputado Roberto Cidade (União Brasil), também lamentou o ocorrido e criticou a situação da via: “A avenida Djalma Batista, que é uma das maiores vias da cidade de Manaus, deveria estar de forma impecável, de forma excelente, de forma asfaltada, e por causa de um buraco, essas pessoas perderam as vidas. Tem locais que a gente não pode falhar”.
Em defesa da prefeitura, Daniel Almeida afirmou que o trecho, onde ocorreu o acidente já havia passado por recapeamento e classificou a comoção como desproporcional.
“Estão fazendo uma guerra por causa de um buraco. A cidade nunca foi tão assaltada quanto hoje”, disse o deputado, que ampliou sua crítica para o governo estadual, citando problemas nos hospitais públicos e na segurança.
Almeida ainda acusou o presidente da Casa de omissão: “Eu não vejo o senhor se manifestar diante de tantas pessoas que morrem e que são assaltadas na cidade. […] Vamos falar da calamidade que está nos hospitais públicos, que ninguém se levanta para falar aqui nessa casa? […] Isso é um absurdo, querer fazer alarde e colocar a culpa na prefeitura por causa de um acidente […] Por que o senhor passa pano no governo do estado?”
A partir das declarações, iniciou-se um bate-boca entre Daniel Almeida e Roberto Cidade. Ambos trocaram acusações e elevaram o tom até que os microfones foram cortados pela presidência da sessão.
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