*Da Redação Dia a Dia Notícia
O empresário Carlos Suarez, dono de 87% da Companha de Gás do Amazonas (Cigás) e de outras sete empresas do ramo no Brasil, pode ser agraciado com R$ 100 bilhões caso uma manobra dos políticos do Centrão seja bem-sucedida. Formado por parlamentares da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), os deputados articulam a aprovação de um projeto bilionário que prevê a construção de gasodutos no país, mas com um detalhe que pode beneficiar Suarez diretamente.
O Projeto de Lei 414/2021, nascido Projeto de Lei do Senado 232/2016, de autoria do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), trada de medidas para modernizar o setor elétrico do Brasil. Contudo, os políticos do Centrão tentam incluir um “jabuti” que beneficia Carlos Suarez. O termo “jabuti” se refere a uma emenda que não tem relação com a proposta original.
Segundo o jornal Estadão, o relator do texto na Câmara Federal, deputado Fernando Coelho Filho (União-PE), combinou com o presidente da casa Arthur Lira (PP-AL) para incluir uma emenda surpresa durante a votação da urgência do projeto. A emenda surgiria no texto sem análise prévia ou discussão entre os parlamentares.
Centrãoduto
O projeto, discutido nos bastidores devido a sua polêmica, é chamado por críticos de Centrãoduto. Segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), os gasodutos se conectariam a termelétricas e provocaria “um ônus elevado para todos os consumidores de energia elétrica, em um desenho ineficiente que cria privilégios para alguns empreendimentos de geração com características muito específicas, em detrimento de um planejamento de contratações baseadas em eficiência e modernização de mercado”.
Rei do Gás
Atualmente, Carlos Suarez detém a distribuição de gás em oito estados, incluindo o Amazonas, além de autorização para construir gasodutos. Além de sócio da Cigás, por meio da Manaus Gás, o empresário tem a maior parte das ações da Gás do Pará, Gasmar (Maranhão), Cebgás (Distrito Federal) e Goiasbrás (Goiás), além de quase 40% das ações da Gasap (Amapá), Gaspisa (Piauí) e 41,5% da Rongás (Rondônia).
O nome de Suarez voltou à mídia nacional devido a sua ligação com Adriano Pires e Rodolfo Landim, indicados por Bolsonaro para a presidência da Petrobras. Os dois acabaram por não assumir devido à proximidade com o empresário, o que caracteriza conflito de interesses.