*Da Redação Dia a Dia Notícia
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) cobrou, nesta quarta-feira (16), uma investigação aprofundada sobre os sucessivos escândalos envolvendo a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) da Prefeitura de Manaus.
O parlamentar comentou as recentes denúncias divulgadas pelo Portal RealTime1, que apontam pagamentos elevados, sem critérios claros, a portais de notícias com baixa audiência — muitos dos quais publicam sistematicamente conteúdos contra adversários políticos do prefeito David Almeida.
O deputado relembrou o episódio anterior, no qual uma gravação mostrou pagamento em dinheiro vivo dentro da própria Semcom e que, apesar da gravidade, o caso não teve a devida apuração.
“A gente tá falando de uma prefeitura de capital, a quinta ou sexta maior do país, com dinheiro sendo entregue em envelope, em espécie, dentro de uma secretaria pública. Faltou apuração. Um pedido de CPI foi derrubado. Tentaram censurar a denúncia diversas vezes. O próprio prefeito tentou me processar quando compartilhei a matéria do Portal Metrópoles, mas perdeu na Justiça, porque eu não menti. O fato ocorreu, foi denunciado pela imprensa nacional, e mesmo assim tentaram me silenciar”, declarou o deputado.
Amom destacou que a nova denúncia mostra um padrão de falta de transparência que se repete ao longo da gestão. O financiamento de portais de notícias com recursos públicos foi inclusive alvo de denúncias anteriores quando Amom era vereador. O parlamentar também chamou atenção para possíveis implicações jurídicas e eleitorais do caso.
“A questão central aqui não é apenas a falta de transparência. É o uso político do dinheiro público e da própria máquina administrativa. Não é só ausência de critério — é um critério que parece servir pra beneficiar, pessoalmente e eleitoralmente, aqueles que ajudam a construir a imagem do prefeito. Se a gente pegar aquela lista divulgada e cruzar com um levantamento de quem está sendo criticado ou elogiado por esses portais, dá pra ver um padrão. Na média, quem recebe mais dinheiro é quem mais critica os adversários do prefeito — e quem mais elogia o prefeito”.
Para Amom Mandel, o caso afronta princípios constitucionais, como o da impessoalidade na administração pública.
“Isso é completamente incompatível com os princípios da administração pública, como a impessoalidade, que está prevista na Constituição Federal. E aí, a gente começa a levantar uma série de outras questões”.