Em oficio encaminhado ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, a deputada professora Therezinha Ruiz (PSDB) solicita, em caráter de urgência, a suspensão da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Estado do Amazonas, diante do agravamento da segunda onda de Covid-19, com o aumento do número de casos que passou a registrar 94% de ocupação dos leitos de UTI dos hospitais públicos, e cerca de 100% de ocupação nos hospitais da rede privada de Manaus.
A aplicação da versão impressa do Enem está programada para o próximo domingo (17), e para o dia 24 de janeiro.
Presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Therezinha Ruiz ressalta no documento que, frente ao cenário crítico da pandemia, a população amazonense encontra-se sob os protocolos de lockdown, com as atividades não essenciais suspensas em todo o Estado, e ainda sem um plano formalizado de perspectiva de imunização/vacinação contra a Covid-19.
A deputada aponta também como agravante, para a realização das provas, a extensão territorial do Amazonas, a maior do País, cortada por rios e florestas.
“Isso gera uma grande preocupação para as autoridades de saúde, pelas condições de logística e distribuição dos insumos aos municípios do interior e regiões de difícil acesso, como as aldeias indígenas”, exemplifica.
De acordo com Therezinha, a preocupação dos pais e alunos com os riscos de contágio pelo Coronavirus é notadamente compreensível e deve ser analisada com o respectivo parecer técnico do órgão ministerial, sobre a viabilidade ou não da aplicação das provas do Enem no Amazonas.
“Sendo assim, solicitamos a suspensão do exame nos dias 17 e 24 de janeiro no Amazonas, sem data definida para nova aplicação”, reforça a deputada.
A deputada destaca ainda que uma nova variante do vírus SARS-CoV-2, denominada B.1.1.248, que possui 12 mutações, foi identificada no Japão, em quatro pessoas infectadas com a Covid-19, e segundo as autoridades japonesas, os quatro pacientes são provenientes do Brasil, precisamente do Estado do Amazonas.
O documento frisa que estudos preliminares, indicam que essa nova variante do SARS-CoV-2, já está se disseminando com alto índice de infecção e contaminação em Manaus. Contudo, não há evidências precisas para determinar a mudança na infectividade ou patogenicidade dessa cepa variante, sendo que a única medida preventiva é o isolamento social.