O procurador da República Deltan Dallagnol, de 41 anos, seguiu os passos do ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro e renunciou ao cargo no Ministério Público Federal para se candidatar nas eleições de 2022. Atualmente, Deltan aventa uma vaga de deputado federal.
Ex-coordenador da Operação Lava Jato, Deltan foi do céu ao inferno em poucos anos. Desde o auge da maior operação de combate à corrupção do Brasil, que balançou as instituições, até chegar ao ponto de ser duramente criticado no meio jurídico e político, que se uniram para enterrar o que foi chamado de “lavajatismo”. O acontecimento que provocou a queda dos procuradores da operação, incluindo Deltan, foi uma reportagem publicada pelo The Intercept Brasil.
Apelidada de “Vaza Jato”, as matérias do portal divulgavam denúncias de excessos e mensagens entre os procuradores e Sérgio Moro. De acordo com as mensagens, Moro cedeu informações privilegiadas à acusação, orientando a promotoria e auxiliando o MPF na construção de casos, quebrando o princípio da imparcialidade.
Segundo o Estadão, a vontade de Deltan em entrar na política é antiga, mas sempre foi desencorajado pelos próprios colegas, que temiam que acontecesse com a Lava Jato o que houve com a Operação Mãos Limpas, na Itália. A investigação foi trucidada depois de um de seus principais coordenadores entrar para a política.
Com a Lava Jato chegando ao fim, Deltan não tem mais impedimentos, assim como Moro. O agora ex-procurador deve se filiar ao mesmo partido para onde vai o ex-ministro, o Podemos, que pode lançar Moro para a presidência da República nas eleições de 2022.
*Com informações de Estadão Política
