O delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, ex-superintendente da corporação no Amazonas que foi substituído após enviar ao Supremo Tribunal Federal notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, recebeu apoio de seus pares por sua ‘dedicação e excelência’ à frente da unidade, conforme a reportagem do Estadão.
O delegado publicou neste sábado, 24, em seu perfil no Twitter uma foto da placa que recebeu do efetivo da PF no Amazonas e afirmou: “Honra maior não existe”.
“Demonstrou coragem, atitude e profissionalismo, desde os trabalhos mais simples às mais complexas operações, sendo reconhecido por seu brilhante trabalho em defesa da Amazônia e da Polícia Federal, colocando esta Superintendência em destaque nacional e internacional”, registrou a homenagem.
Homenagem do efetivo da PF do Amazonas. Honra maior não existe. Muito obrigado. pic.twitter.com/k7cPHTDWaQ
— Alexandre Saraiva (@DelegadoSaraiva) April 24, 2021
Saraiva foi substituído no comando da PF no Amazonas pelo delegado Leandro Almada, que já atuou como seu número 2 e foi responsável pelo grupo de investigações ambientais sensíveis na superintendência.
A troca no comando da unidade foi confirmada um dia após Saraiva enviar ao STF notícia-crime contra Salles por obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa. A justificativa era de que o delegado já havia sido sondado sobre a mudança.
Ao Estadão, o delegado afirmou que recebeu a ligação de um ‘amigo’ sobre uma adidância. Saraiva diz que ‘não foi comunicado antes’ sobre sua saída do comando: “Só tem duas formas de me comunicar oficialmente – ou meu chefe me liga, pelo principio da hierarquia, que é o diretor-geral, ou publicação no Diário Oficial”.
Saraiva passou quatro anos na chefia da PF da Amazonas. Em 2019, o delegado foi o pivô da primeira crise entre o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro, em 2019.