*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A ação penal contra o promotor Walber Luís do Nascimento, que comparou a advogada Catharina Estrella a uma “cadela” durante uma audiência, encontra-se paralisada há mais de um ano. A defesa da advogada denuncia a inércia do processo, que já teve dez promotores e um juiz se declarando suspeitos para julgá-lo.
O incidente ocorreu em setembro de 2023, na 3ª Vara do Tribunal do Júri do Amazonas, quando Nascimento afirmou que comparar Estrella a uma cadela seria uma “ofensa” ao animal. A declaração foi registrada em vídeo e viralizou nas redes sociais, gerando indignação.
Um mês após o ocorrido, Estrella apresentou uma queixa-crime contra o promotor. No entanto, o caso não avançou devido aos sucessivos impedimentos declarados pelos membros do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), incluindo nomes como Marlene Franco da Silva, Rogeanne Oliveira Gomes da Silva e outros.
A defesa de Estrella, representada pelos advogados Alberto Zacharias Toron e Renato Marques, critica a paralisação do processo. Toron classificou o comportamento do promotor como “vergonhoso” e a sucessão de impedimentos como uma forma de “consagrar a impunidade”.
Em um desabafo, Catharina Estrella expressou sua frustração com a demora na resolução do caso: “É uma dor que só quem é mulher sabe. Ser inferiorizada por ter nascido mulher é algo que me revolta muito. Ele [o promotor] usa o sistema para se safar. Não acolheram minha dor, não tomaram providência. Estou há mais de um ano e meio [esperando]”.
O juiz Carlos Henrique Jardim da Silva, que presidiu a audiência, foi punido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por omissão no caso, recebendo uma pena de censura em fevereiro deste ano. No entanto, o processo contra o promotor Walber Nascimento permanece travado.