Manaus, sexta-feira 5 de dezembro de 2025
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Defesa Civil alerta para risco crítico de desabamento e falta de manutenção de ruínas do Paricatuba (AM)

*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

A história do Amazonas, guardada nas ruínas da Vila de Paricatuba, em Iranduba (distante 38 quilômetros de Manaus), corre sério risco de desmoronamento. Um relatório técnico da Defesa Civil do Amazonas, divulgado recentemente, aponta a falta de manutenção e o avanço da natureza como os principais responsáveis pela deterioração do local, que no passado abrigou um leprosário e uma casa de detenção. O grau de risco da estrutura é considerado crítico, levando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a solicitar o isolamento imediato da área.

“As áreas inspecionadas do Sítio Arqueológico de Paricatuba apresentam um grau de risco crítico, tanto para a segurança, saúde e bem-estar de seus ocupantes, quanto para a manutenção da integridade física e histórica do edifício. Torna-se, portanto, imprescindível e emergencial a realização de uma reforma completa”, destaca um trecho do relatório assinado pela engenheira civil Jéssyca Lever Dantas.

A vistoria no sítio arqueológico, que atrai visitantes durante todo o ano, foi realizada em 29 de maio, após o desabamento de parte da estrutura. A comissão técnica, composta por engenheiros do Iphan, do Governo do Amazonas, da Prefeitura de Iranduba e moradores da vila, constatou que rachaduras, muros caídos e o avanço da vegetação não apenas comprometem as estruturas centenárias, mas também representam um perigo, para quem visita o local. O laudo é enfático ao apontar um risco real de desabamento, alertando para a grave falta de manutenção e o abandono das construções históricas. A queda de parte significativa de uma das paredes, conforme o documento, já comprometeu a estabilidade global do conjunto, provocando abalos e trincas profundas.

De acordo com o Iphan, o prédio em Paricatuba possui uma história multifacetada. Construído no final do século XIX, em plena efervescência econômica da exploração da borracha na Amazônia, ele foi inicialmente destinado a ser uma hospedaria de imigrantes. Longe de Manaus e acessível apenas por via fluvial, o local servia como quarentena para os recém-chegados antes de serem encaminhados aos seus locais de moradia.

Poucos anos depois, a edificação foi transformada em Escola de Ofícios para meninos pobres. Entre 1916 e 1924, o complexo assumiu a função de local de reclusão para detentos da Casa de Detenção de Manaus. Posteriormente, Paricatuba foi escolhida para sediar um leprosário, operando como um campo de segregação e isolamento social para pessoas com hanseníase até o ano de 1962.

Atualmente, o sítio arqueológico é reconhecido e protegido como Patrimônio Cultural Brasileiro, justificando a intervenção do Iphan. Além disso, a Vila de Paricatuba é considerada Patrimônio Histórico Cultural Imaterial do Amazonas, o que também exige a participação do governo estadual na sua preservação.

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