*Da Redação Dia a Dia Notícia
A gestão do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), encerra 2025 com alta desaprovação e recheada de polêmicas envolvendo o nome do gestor e seu governo, como a viagem ao Caribe no início do ano e a inauguração cheia de suspeitas da roda-gigante na Ponta Negra. Ao longo do ano, o chefe do Executivo municipal colecionou más situações que estamparam a imprensa.
Uma das primeiras polêmicas ganhou destaque ainda no início do ano, quando uma ação de fiscalização no Centro de Manaus resultou na apreensão do carrinho de uma vendedora ambulante. As imagens viralizaram e trabalhadora chegou a registrar um boletim de ocorrência após ter sua mercadoria apreendida de maneira truculenta por fiscais da prefeitura de Manaus.
Pouco tempo depois, a gestão voltou ao centro das atenções com a viagem do prefeito ao Caribe. Antes, David Almeida afirmou que faria um retiro espiritual no Carnaval, já que é evangélico. A divulgação de vídeos e fotos do prefeito em clima de lazer junto a empresários que mantêm contratos com o município gerou forte repercussão negativa e levou o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) a solicitar esclarecimentos sobre os gastos e a origem dos recursos utilizados. Meses depois, David Almeida destratou jornalistas que o questionaram sobre a viagem.

MPC-AM pede lupa sobre contratos da Prefeitura de Manaus após viagem polêmica ao Caribe
Prefeitura de Manaus renova contrato de R$ 18 milhões com empresa de envolvido na viagem ao Caribe
No campo cultural, o evento #Sou Manaus Passo a Paço também virou alvo de críticas. Os altos valores investidos na realização do festival foram questionados por parlamentares e moradores. A presidente do TCE-AM, Yara Lins, chegou a admitir uma representação do vereador Coronel Rosses (PL) para averiguar irregularidades na gestão da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), chefiada por Jender Lobato.
A representação questiona contratações, fornecedores e execução de recursos públicos utilizados na realização do Sou Manaus Passo a Paço 2025, que teve custo oficial divulgado de R$ 34 milhões pela Prefeitura de Manaus. A falta de transparência sobre a aplicação desses recursos já havia sido alvo de críticas e de uma ação protocolada no Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e no Ministério Público de Contas (MPC).
Últimos meses
Os últimos meses de 2025 marcaram algumas das principais polêmicas envolvendo o prefeito David Almeida, em especial a instalação da roda-gigante na Ponta Negra. A iniciativa foi questionada por vereadores, ambientalistas e parte da população. Uma das questões foi sobre a empresa contratada para gerir o brinquedo.
Segundo o Diário Oficial do Município (DOM), a empresa HM Diversões, cujo nome fantasia é Nenê Park, conhecido parque de diversões na avenida Autaz Mirim, tem permissão para fazer funcionar a roda-gigante na Ponta Negra entre 11 de novembro de 2025 e 11 de maio de 2026, exatamente seis meses. No entanto, os questionamentos eram sobre a empresa que gerenciaria os ingressos: Wheel Manaus J. P. Diversões Ltda, aberta apenas dois dias antes da inauguração da roda-gigante.
O representante da empresa é Jean Praia, professor de zumba e sobrinho do ex-candidato a vereador Hudson Praia (Agir), ex-dançarino do Grupo Carrapicho, aliado do prefeito David Almeida e atualmente nomeado como assessor técnico II no Fundo Municipal de Cultura, lotado no gabinete do diretor-presidente.
Paralelamente, a Prefeitura enfrentou protestos de servidores municipais durante a tramitação da proposta de reforma da previdência municipal. Sindicatos alegaram falta de diálogo e alertaram para prejuízos aos trabalhadores, enquanto a gestão defendia a medida como necessária para o equilíbrio fiscal. A aprovação do projeto levou a uma greve dos professores vinculados à Secretaria Municipal de Educação (Semed), que durou vários dias.
Ver essa foto no Instagram
Fechando a sequência de controvérsias, a aprovação de um novo empréstimo milionário pela Câmara Municipal reacendeu o debate sobre o endividamento do município. No início de dezembro, o prefeito David Almeida (Avante) encaminhou à Câmara Municipal de Manaus (CMM) o pedido autorização para um novo empréstimo de US$ 195 milhões, valor que poderia ultrapassar R$ 1 bilhão na cotação do dólar na ocasião. O projeto foi aprovado em 10 dezembro, pouco tempo antes do encerramento do ano legislativo.
O resultado de todas essas polêmicas levou David Almeida a acumular uma reprovação de 70% em seu segundo mandato, segundo uma pesquisa divulgada pelo instituto AtlasIntel publicada nesse mês, a qual avaliou a popularidade dos prefeitos de todas as capitais brasileiras. O gestor manauara está na penúltima posição do ranking, à frente apenas da prefeita de Campo Grande (MS), Adriane Lopes (PP), que tem 79% de reprovação.
