O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), disse que está sendo perseguido por milícia digital, que estaria atrapalhando seu trabalho como gestor. Ele comentou as ações de movimentos na internet, na tarde desta quinta-feira, 21. Ele justificou que as denúncias de portais de notícias, responsáveis por expor a imunização de grupos privilegiados pelas nomeações feitas por ele na vacinação da Covid-19, atrapalharam a logística de vacinação.
“De 48 horas pra cá nós identificamos uma milícia digital, com o intuito de desgastar, de causar o descrédito, de duvidar e de atrapalhar a cidade de Manaus. A quem interessa o caos nessa cidade? Procure os serviços da prefeitura, todos funcionando. Vamos divulgar as coisas boas de Manaus. Manaus não aguenta mais passar vergonha”, disse.
“A gente gasta tempo pensando nessas coisas e acaba atrapalhando o trabalho, são coisas pequenas, pontuais, mas que já tomei a decisão de enfrentar”, completou, sem citar nomes e nem especificar o que estaria desgastando e causando descrédito da prefeitura.
No discurso, o prefeito de Manaus aborda uma falsa assimetria entre o valor do próprio salário e dos contratos de comunicação, em que diversas empresas custeiam estruturas físicas e pagamento de funcionários, para justificar gastos públicos. “Vocês acham certo o prefeito ganhar R$ 18 mil e o dono de um blog ganhar R$60 mil e faltar remédio?”, disse David.
Ao terceirizar a responsabilidade na execução do plano de vacinação municipal, Almeida também não explicou os critérios de imunização adotados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital. “Quem decide quem vai ser vacinado é o governo federal, e a lista com os nomes de todas as pessoas que já receberam a vacina já está disponível para os órgãos de controle”, afirmou Almeida.
David Almeida disse ainda que não tem tempo para analisar a qualificação e o parentesco dos nomes indicados para ocupar cargos nas secretarias municipais. “Eu não tenho tempo de ficar ‘ticando’ nome”, disse em entrevista na noite desta quinta-feira, 21.
A declaração vem após a polêmica em torno da nomeação dos ex-vereadores que não se reelegeram nas últimas eleições Elias Emanuel, Reizo Castelo Branco e Carlos Portta, para cargos na Manauscult (Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos). Com a repercussão negativa, os três foram exonerados.