Dados de geolocalização dos celulares mostram que os índices de quarentena no Brasil estão caindo ao longo das semanas. No Amazonas, o índice de isolamento social é de 57,17% de acordo com o levantamento da In Loco, startup brasileira que criou o IIS (Índice de Isolamento Social) e monitora diariamente os parâmetros fornecidos pelas operadoras de telefonia. Os dados foram divulgados pelo site UOL.
De acordo com os registros, a média de pessoas em casa no país caiu na terça-feira (14) para 46,2%, menor taxa desde 20/03 (sexta), quando praticamente não havia decreto de quarentena no país (IIS de 38,2). Ao longo da semana, o índice oscilou bastante acima e abaixo do 50%. Na média semana a semana, porém, fica claro que a adesão nacional vem caindo:
*23/03 a 29/03 – 57,1%
*30/03 a 05/04 – 53,2%
*06/04 a 12/04 – 52,3%.
Antes dos decretos estaduais e municipais, que começaram a acontecer mais drasticamente a partir de 15/03, esse IIS nos dias úteis ficava na casa dos 20%. No dia 17, quando a primeira morte no país foi anunciada, o índice era de 29,9% (terça).
A In Loco possui uma tecnologia que puxa de forma automatizada (bot) dados públicos das operadoras sobre geolocalização, que normalmente são usados para direcionar publicidade. É o chamado Advertising ID, um número único que constantemente identifica os interesses dos usuários que navegam pelos serviços de plataformas como Google e Facebook. Ele serve para mostrar anúncios segmentados ou personalizados (ou “anúncios com base em interesses”), que geram receita para os apps.
Segundo a startup, esse identificador também serve para detectar se um celular fica por períodos prolongados em determinado local. Ele envia para os servidores da empresa o endereço e o identificador de publicidade do smartphone, com isso dá para estabelecer a razão entre quem está “estacionado” e quem se desloca. Por isso, a empresa conseguiu montar um sistema de monitoramento diário, que foi usado pela Prefeitura de Recife. Eles têm acesso ao identificador de 60 milhões de celulares brasileiros —o que corresponde a uma parte da população estimada do Brasil, que hoje é de 211 milhões, segundo o IBGE.