*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta sexta-feira (4), o empresário Janison Lázaro Costa Vasconcelos, no Centro de Parintins (distante 369 quilômetros de Manaus), ao flagrá-lo transitando com R$ 30 mil em espécie. A prisão, que ocorre a apenas dois dias das eleições municipais, levanta suspeitas de que o dinheiro poderia ser utilizado para a compra de votos em favor do candidato a prefeito Mateus Assayag, do PSD, que ocupa a segunda posição nas pesquisas de intenção de votos.
Janison é cunhado de João Neto Vasconcelos, secretário de Finanças da Prefeitura de Parintins, que tem forte ligação com o atual prefeito, Bi Garcia (PSD). O secretário não apenas é uma figura central na administração local, mas também já exerceu a função de prefeito interino em ocasiões em que o titular estava ausente. A sua influência e proximidade com o poder político local levantam questões sobre a origem e o destino do dinheiro encontrado com Janison.
A operação da PF ocorre em um contexto de acirramento da disputa eleitoral na cidade, onde Mateus Assayag aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos. A descoberta do dinheiro na posse de Janison Vasconcelos, especialmente a poucos dias da eleição, acendeu um alerta nas autoridades, que temem que a quantia estivesse sendo utilizada para a compra de votos.
Janison é conhecido na região por suas empresas, a Vasconcelos Construções e a Marmoraria Top Gran, além de sua vida de ostentação ao lado da esposa, Geane Santos, exposta em redes sociais. No entanto, a ligação familiar com o secretário de Finanças e as suas atividades empresariais não são os únicos aspectos que despertam a atenção da polícia.
Conexões Suspeitas
A investigação se torna ainda mais complexa, quando se observa a relação de João Neto Vasconcelos com Francisco Henrique Vasconcelos, conhecido como “Chiquinho”, que é primo do secretário. Chiquinho é uma figura controversa em Parintins, com um histórico que inclui a recente execução de um mandado de busca e apreensão em sua residência, onde foram encontrados armamentos, colete à prova de balas e uma quantia impressionante de cerca de R$ 400 mil em espécie.
Esse mandado foi autorizado pelo juiz plantonista Diego Martinez, a partir de um pedido do Ministério Público do Amazonas (MP-AM). Chiquinho é alvo de investigações por supostos envolvimentos em atividades ilícitas, incluindo pirataria e roubo de combustível, ações que vêm sendo apuradas desde 2021. Segundo a decisão judicial, há evidências que sugerem que Chiquinho teria visto um crescimento exponencial de seu patrimônio e que estaria continuando a cometer crimes, utilizando-se de uma rede de apoio armada.