*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Uma vistoria realizada pelo Conselho Regional de Farmácia do Amazonas (CRF-AM) revelou falhas importantes no processo de assistência farmacêutica do Hospital Santa Júlia, em Manaus. De acordo com nota divulgada nesse sábado (29), o órgão identificou que as prescrições médicas não passam por análise farmacêutica antes da dispensação nas farmácias satélites do pronto-socorro e do centro cirúrgico, etapa considerada essencial para a segurança do paciente.
O conselho apontou que a ausência dessa checagem está relacionada ao número reduzido de farmacêuticos contratados pelo hospital. “A fiscalização verificou os fluxos de assistência farmacêutica e constatou que não há análise farmacêutica prévia das prescrições, em razão do quadro reduzido de profissionais informado pela instituição”, destacou o CRF-AM.
A inspeção ocorreu dias após a morte de Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, que foi internado com laringite e recebeu adrenalina por via intravenosa, dosagem e via de administração inadequadas para o caso. O menino sofreu seis paradas cardíacas e não resistiu. A prescrição foi feita pela médica Juliana Brasil e aplicada pela técnica de enfermagem Raíza Bentes. As duas profissionais foram afastadas, enquanto o hospital e as autoridades apuram as circunstâncias da morte.
Ainda na nota, o CRF-AM afirmou que não houve participação de um farmacêutico na etapa de dispensação do medicamento utilizado no atendimento a Benício. O órgão também informou que analisa documentos apresentados pelo hospital e que um relatório detalhado será enviado ao Ministério Público e à Polícia Civil.
“O CRF-AM reforça que a atuação do farmacêutico em todas as fases do processo de medicação é obrigatória e indispensável para a segurança dos pacientes. O conselho continuará acompanhando o caso e adotando as providências cabíveis”, conclui o comunicado.
