*Da Redação Dia a Dia Notícia
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará a mineradora Braskem foi instalada na manhã desta quarta-feira (13) no Senado Federal. O colegiado busca apurar responsabilidades pelo afundamento da mina 18 em Maceió, capital do Alagoas, que também foi responsável pela destruição de dezenas de casas. O senador Omar Aziz (PSD-AM) foi eleito para presidir a CPI, enquanto o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) será o vice.
A relatoria da comissão será decidida somente na próxima terça-feira (19), segundo Omar. O problema é que há uma disputa política entre o autor da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), membro do grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), inimigo político de Calheiros.
Rodrigo pediu a Omar Aziz que o relator da CPI não fosse nem do Alagoas nem da Bahia, estado sede da Braskem. Na última semana, Rodrigo Cunha se reuniu com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), e considerou que a comissão estaria “viciada” por ser sugerida por Renan Calheiros. O senador é aliado do governador Paulo Dantas (MDB), também inimigo político de Lira e JHC.
Caso Omar siga esse critério, Renan Calheiros não assumirá a relatoria. O governo federal teme que a briga política de Calheiros com Arthur Lira respingue no Executivo, que tem tido dificuldades para negociar a aprovação de pautas importantes na Câmara. Além disso, também não desejam que a CPI reacenda os debates entre a Petrobras e a Novonor (antiga Odebretch), ambas acionistas da Braskem.
Aziz afirmou que será cauteloso que a questão será tratada com isenção e coerência.
“Eu não vou presidir uma CPI do faz de conta, nós vamos investigar a fundo. Independente de quem seja o relator, a investigação será profunda para que a gente tenha uma solução. Então não tem senador a favor ou contra, não tem uma questão política, até porque duvido muito que o senador Renan (Calheiros), o senador Rodrigo (Cunha) e o deputado Arthur Lira, não têm interesse em apurar e saber quem são os responsáveis por isso (afundamento da mina)”, disse.