Após 167 dias do primeiro caso confirmado de Covid-19 no Estado, o Amazonas registra 100.239 pessoas recuperadas da doença nessa quinta-feira (27/08). Na edição nº 147 do Boletim Epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância e Saúde do Amazonas (FVS-AM), foram ainda confirmados 671 novos casos.
Entre os recuperados está o pastor Juvenal Galucio. Ele passou 30 dias internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria, em Manaus, e teve complicações devido à doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Ele define a recuperação como um milagre e agradece à equipe do Hospital Delphina Aziz pelos cuidados recebidos.
“Lá, eu passei 22 dias entubado e depois que fui para a enfermaria, passei mais nove dias, mas nesse período de nove dias que passei lá, eu recebia visita de enfermeiros altas horas da madrugada. Eles diziam, ‘Seu Juvenal, eu estou acompanhando seu drama. Eu trabalho no setor tal e vim só lhe dizer uma palavra: o senhor é um milagre de Deus’. É essa frase que tenho na minha vida. Eu vivi o drama, senti a morte de perto, fui entubado duas vezes”, relata.
Para a parcela da população que não mantém os cuidados necessários para evitar a contaminação de Covid-19, Juvenal orienta: “Tem de se cuidar, se precaver, tem que usar a máscara. O que a gente observa é que tem muitas pessoas que não estão usando a máscara, mas que isso é verdade, é real, e se não tiver cuidado, uma intervenção divina, a pessoa morre mesmo”.
A diretora da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, afirma que os 100 mil casos recuperados são resultado dos investimentos do Governo do Estado na assistência à população enferma. “É uma vitória de todo o sistema de saúde do Estado do Amazonas, e é claro, que não podemos esquecer também o grande trabalho que está sendo feito pelas unidades privadas de atendimento. A nossa taxa de recuperação é maior que a taxa do país”, assinala ela, que destaca as ações de reestruturação realizadas na área da saúde no Estado.
“O Governo do Estado, através da Susam (Secretaria de Estado de Saúde), reestruturou toda a rede de atendimento, tanto em leitos clínicos e principalmente, em leitos de cuidados intermediários no interior. Hoje, 100% dos municípios do interior possuem leitos suficientes para cuidado intermediário, como também os leitos de cuidados intensivos, as UTIs aqui na capital”.
Sintomas leves
O farmacêutico Anderson Corrêa teve Covid-19, mas apresentou sintomas leves e se recuperou da doença.
“Eu comecei a apresentar os sintomas no dia 10 de abril. Começou com uma dor de cabeça muito sutil, nada que me incomodasse muito, mas uma dor de cabeça que foi se apresentando e durou mais ou menos quatro dias. Junto com essa dor de cabeça também eu sentia uma indisposição. Não chegou a ser febre, era mais uma indisposição mesmo, mas nada também que atrapalhasse a minha rotina. Se fosse num outro período, fora da pandemia, você levaria isso como uma indisposição ou resfriado”, conta Corrêa.
Mesmo com sintomas leves de Covid-19, o farmacêutico lembra a gravidade da doença, que vitimou colegas da área de Saúde que atuavam na frente de combate à pandemia.
“Sem sombra de dúvida, nessas horas, a gente agradece muito a Deus e vê que nossa experiência com a doença foi a melhor possível em relação a colegas que trabalham junto, diariamente, e para ele foi bem difícil. Tive amigos que foram internados, que estiveram na UTI, assim como perdi amigos de trabalho também e você fica muito agradecido porque a sua experiência foi a melhor possível”.