Por 16 votos a 1, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara aprovou relatório que pede a cassação do mandato da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), acusada pelo Ministério Público do Rio de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo. O parecer do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do caso, agora vai para apreciação do plenário da Casa.
Caso o plenário também referende o parecer aprovado pelo colegiado, a deputada perderá o mandato e, consequentemente, a imunidade parlamentar que a impede de ser ter mandado de prisão expedido pela Justiça comum, conforme a reportagem do UOL.
Ao se defender na comissão, Flordelis afirmou que tem sido alvo de um “linchamento moral, político e espiritual”, e que sofre uma “avalanche de crueldade” dos que a acusam.
“Será que as pessoas não percebem que essa forma indigna de tratamento, é tão criminosa quanto o crime ao qual pedem justiça? A Constituição defende a dignidade da pessoa humana. Eu declaro a vocês que sou humana”, afirmou.
A parlamentar pediu que os colegas não votassem em favor do relatório para não “tirar de imediato o sustento da família” e para não “abrir caminho para que os detratores” a mandem à prisão.
“Eu não quebrei decoro parlamentar. Eu não tive nenhuma ação que pudesse trazer desonra a esse parlamento. Ao contrário, eu fui vítima da transformação do meu caso em espetáculo”, disse.
A advogada da parlamentar, a criminalista Janira Rocha, afirmou que a sociedade brasileira “não tem nenhum apreço pelo parlamento brasileiro” e que o Legislativo tem sido “sequestrado pela mídia e pelo tribunal da internet”.
“Parece que este Conselho de Ética não sabe o que quer dizer o devido processo legal”, declarou ao também ironizar a afirmação de deputados de que a cassação da deputada protegeria o parlamento. “Parece até brincadeira”, afirmou.