*Da Redação Dia a Dia Notícia
Moradores de comunidades e ramais do município de Iranduba (a 28 quilômetros de Manaus) repudiaram a instalação do aterro sanitário privado no km 19 da estrada Manoel Urbano (AM-070), projeto tocado pela empresa Norte Ambiental Ltda. Durante audiência pública realizada no domingo (22), ficou clara a posição da comunidade contrária, que se encontra sob análise do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão responsável por conceder o licenciamento ambiental e estabelecer os prazos e normas para implantação do aterro.
A previsão é de que o local receba até 3 mil toneladas de resíduos por dia, podendo incluir o descarte de lixo de outros municípios da Região Metropolitana de Manaus.
Um abaixo-assinado, organizado por moradores e lideranças de comunidades locais, circulou durante a audiência para coleta de assinaturas. Desde junho de 2021, a população vem se mobilizando pela conscientização das pessoas em Iranduba e Manaus, quanto aos prejuízos causados ao município vizinho da capital amazonense, principalmente, os relacionados à desvalorização do destino turístico. Na última semana, dois protestos foram realizados na região Central de Manaus.
“Não queremos e não aceitamos esse aterro sanitário privado que não sei de onde veio. Tanto lugar pra ir e querem se instalar em um local onde tem escola ao redor, pessoas morando? Que ódio é esse contra as pessoas de Iranduba? Graças a Deus nós temos o povo que está nos ajudando, aderindo a essa causa, lutando, gastando sua gasolina, indo com criança para as manifestações”, afirma Andleane Fonseca Garcia, 36, moradora da Vila de Paricatuba, localizada no km 21 da AM-070, um dos pontos turísticos da cidade.
Representantes da Associação De Catadores De Iranduba-nova Esperança, localizada no bairro Centro, em Iranduba, ressaltaram que a população quer melhorias para o aterro público do município, transformando-o em aterro sanitário, mas que seja um processo previamente discutido com a comunidade e que seja referente aos resíduos dos moradores locais.
Representante do Movimento Fórum das Águas, Sandoval Rocha, ressaltou que, na área onde o aterro sanitário deve ser construído, existem 62 nascentes de água ao longo de 36 quilômetros de igarapés, todos desaguando no Rio Negro. Além disso, a região é habitada por agricultores familiares, condomínios residenciais e empreendimentos balneários e restaurantes voltados ao turismo. O impacto em praias, cachoeiras e sítios arqueológicos não foram dimensionados.