Com técnica inovadora no país, empreendedora em Manaus lança acessórios em crochê feitos artesanalmente 

*Gabriela Brasil – Dia a Dia On-line

A arte do crochê pode ser apreciada de diversos modos, sejam os mais tradicionais como os famosos paninhos de crochê filet até os mais inovadores. A produção feita pela manaura Thais Mota se encontra no segundo grupo após criar sua própria marca de peças e acessórios em bordado e crochê, em fevereiro de 2020, chamada Bordarele.

A técnica utilizada no processo da produção é correspondente ao método japonês de compor peças de crochê minimalistas. Cada peça é feita a mão pela própria Thais que consegue adaptar a técnica oriental ao estilo local, sendo a primeira marca no Brasil a compor artesanalmente acessórios em minicrochê oriental.

Formada em Engenharia civil, Thais conta ao Dia a Dia On-line como que criou a loja que surgiu de uma ideia despretensiosa logo após se formar na faculdade.

“Estava naquela época de me perguntar se eu tinha me formado para aquilo, se eu queria continuar seguindo a carreira de engenharia civil que foi minha área de formação. Então comecei a passar uma época mais na internet, quando apareceu um vídeo sobre bordados e crochês. Acessei o vídeo só por curiosidade e lá eu descobri algumas formas de usar o bordado e o crochê de uma maneira diferente”, diz Thais.

Mesmo sem experiência, os vídeos despertaram tanto seu interesse que no mesmo dia buscou pesquisar cada vez mais sobre o bordado e o crochê. Já no dia seguinte, foi ao centro comprar os primeiros materiais.

“Comecei a praticar e em uma semana já estava fazendo coisas que já eram de nível intermediário”.

Durante as pesquisas e estudos conheceu a técnica utilizada no Japão, conhecida por produzir peças de crochê em formato mini.

“Eu gostei tanto da visão que eles têm do crochê, adaptado ao uso, ao jovial e até mesmo à moda adulta que acabei fazendo alguns cursos por lá, mesmo sem entender o idioma deles. Fui aprendendo, olhando os movimentos, praticando e anotando. Com a minha experiência de tentar fazer algo diferente daquilo que eu já tinha aprendido eu desenvolvi minha própria técnica”.

Assim, aprendendo e produzindo a arte do crochê, Thais quis compartilhar em suas redes sociais sua produção, porém, não esperava a repercussão.

“Postei no instagram, como uma maneira de mostrar, porque eu estava aprendendo e, aos poucos, as pessoas começaram a me perguntar se eu vendia e eu tive a ideia de montar a loja. Foi assim que surgiu a Bordarele e os nossos trabalhos que hoje são vendidos por lá”.

Apesar de ter a ajuda da irmã para fotografar os produtos para a divulgação, todo o desenvolvimento das peças e acessórios é feito somente pela Thais, desde a idealização até a confecção dos modelos.

“Tudo uma questão de “eu empresa” como as pessoas falam”, brinca a dona da Bordarele.

Thais vê como maior referência para a criação das peças o perfil do Instagram chamado Spinu, no qual, conheceu o crochê da maneira como que trabalha hoje.

“Algumas das minhas ideias, logo no início, partiram de algumas peças que ela tinha. Mas, fui vendo que cada país tem suas características e seus gostos e isso muda principalmente em relação aos estados, o nosso estilo de vestir, nossas cores e tudo mais. Fui adaptando para aquilo que eu via que as pessoas gostavam de usar aqui. Mas no inicio eu tive como maior referência a Spinu e eles mostram muito essa abordagem do crochê nas miniaturas, tanto para acessórios quanto para decorações”, explica.

Como empreendedora, conta que uma das maiores vantagens de trabalhar com o próprio negócio é poder ter sua liberdade.

“Hoje eu falo para as pessoas que ter começado a criar o meu próprio negocio com algo que eu realmente amo me dá liberdade de trabalhar em casa e me dá liberdade de ter um momento a mais em família. Tenho a flexibilidade de poder gerir o meu horário com mais facilidade e de poder fazer as coisas que eu quero. É claro que tem suas dificuldades, porque como empreendedores precisamos correr atrás do nosso, seja pela divulgação, seja pela produção, seja pela entrega, todas essas questões chegam a ser dificultosas? Chegam, mas no final são recompensadoras porque é você ganhando dinheiro com aquilo que você gosta de fazer”, esclarece Thais Mota.

Além disso, a relação que as clientes possuem com a Bordarele é muito positiva como explica Thais:

“As minhas clientes sempre me retornam dizendo “olha não sei o que tem nas tuas peças mas eu me sinto muito mais delicada quando eu uso, muito mais romântica”ou “hoje em dia eu sei valorizar o trabalho de uma pessoa que trabalha com algo artesanal”, então pra mim, é muito satisfatório analisar esses tipos de comentários.

No dia 20 de fevereiro, a loja Bordareli completará 1 ano e as expectativas de Thais para a marca são de vê-la em loja física, como também, atingindo outros lugares do Brasil.

“Eu vejo a Bordarele daqui a alguns anos atendendo a loja física, exportando as nossas peças para outras cidades que ate então tem sido difícil, porque aqui em Manaus a gente tem essa dificuldade de exportar os nossos produtos justamente por ser uma área mais isolada, mas eu vejo que a Bordarele está começando a alcançar novos estados, novas cidades, e as pessoas estão começando a valorizar as nossas peças, então daqui a alguns anos eu já me vejo com uma loja física e exportando as nossas peças para outras cidades também”.