*Da Redação Dia a Dia Notícia
Apostando em ingredientes da floresta e em parcerias com comunidades tradicionais, a Moma vem consolidando um modelo de beleza sustentável que acompanha o crescimento do mercado brasileiro de cosméticos, hoje o terceiro maior do mundo. Fundada pela farmacêutica Vivian Chun, a marca combina pesquisa, biodiversidade amazônica e impacto socioambiental para desenvolver produtos que aliam ciência, autocuidado e valorização da sociobiodiversidade.
O mercado brasileiro de cosméticos segue em forte expansão, e não mostra sinais de desaceleração. A projeção é que o setor alcance US$ 23 bilhões em faturamento já em 2025, mantendo um crescimento anual médio de 4,55% até 2030. Hoje, o Brasil ocupa a posição de terceiro maior mercado de beleza do mundo.
Nesse cenário dominado por grandes marcas, empresas como a MOMA vêm ganhando espaço ao apostar em propostas alinhadas às novas demandas do público. Ingredientes naturais, transparência na cadeia produtiva, embalagens recicláveis ou biodegradáveis e fórmulas livres de microplásticos e petrolatos são fatores decisivos para uma parcela crescente de consumidores preocupados com escolhas mais sustentáveis e éticas.
A marca fundada pela farmacêutica, Vivan Chun, alia pesquisa com foco em performance, biodiversidade amazônica e impacto socioambiental para criar produtos que conectam autocuidado, ciência e floresta.
“Eu desenvolvia cosméticos desde 2012 como hobby, mas ainda não me via como empreendedora. Isso só mudou quando passei a trabalhar com agricultura regenerativa e agroflorestal. Foi ali que compreendi que o agricultor rural é, na essência, um grande empreendedor”, contou.
O ponto de virada veio após a pandemia, quando Vivian enxergou a possibilidade de conectar o seu conhecimento em formulação com cadeias produtivas da Amazônia. “Percebi que poderia unir propósito e impacto: usar os cosméticos que eu já criava, agora somando as comunidades e gerando transformação na ponta”, afirmou a empresária.
Hoje, a MOMA trabalha diretamente com insumos produzidos por comunidades indígenas, ribeirinhas e agricultores familiares, em redes como a Inatú Amazônia, que fornece o óleo de copaíba utilizado na formulação do hidratante. Co-fundadora da marca, Marisa Taniguchi destaca que a colaboração vai além do comercial e contribui para fortalecer toda a cadeia produtiva da região.
“A parceria com a MOMA fortalece a nossa rede porque amplia a visibilidade dos produtos. Esse tipo de colaboração gera novas oportunidades de mercado, abre portas para conexões estratégicas e valoriza o trabalho das comunidades extrativistas. Quando iniciativas como essa se somam aos esforços locais, fortalecemos a sociobiodiversidade e mostramos que é possível desenvolver a Amazônia com respeito, responsabilidade e benefício compartilhado”, declarou.
O produto combina ativos naturais como Cumaru, Babosa, Andiroba e Manteiga de Cupuaçu, oferecendo hidratação profunda, rápida absorção e um toque aveludado. A fórmula destaca a suavidade trazida pela copaíba, rica em β-cariofileno, e o aroma natural do cumaru, com notas suavemente abaunilhadas.
Além da conexão com a floresta, a marca investe continuamente em pesquisa e desenvolvimento. “Na prática, P&D significa aprimorar fórmula, textura, cor, aroma e experiência de uso, buscar ingredientes mais nobres e seguros, investir em pesquisa clínica e explorar novos ativos. É inovação constante”, explicou Vivian.
Aceleração que impulsiona a expansão comercial e ajuda a mensurar o impacto
O processo de fortalecimento da marca também ganhou fôlego com a jornada de aceleração conduzida pela Amaz, aceleradora de impacto coordenada pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). A MOMA já havia participado de outros programas como ‘Amazônia em Casa Floresta em Pé’ e o ‘Floresta Mais’, antes de ser uma das selecionadas na Chamada de Negócios da Amaz, de 2023.
A jornada de aceleração em 2024 foi estruturada em torno de pilares estratégicos e operacionais, culminando em suporte financeiro e visibilidade de mercado. ” O programa teve início com foco intenso na gestão de desempenho e controles internos com oficinas e modelagens de processos, que aliamos ao esforço direcionado para a compreensão do mercado e posicionamento da marca”, explica Rafael Ribeiro, líder de aceleração da Amaz.
“Durante esses processos, ganhamos maturidade, conexões com outros empreendedores, visibilidade e abertura de canais de venda, como a parceria com o Mercado Livre. Com o investimento, conseguimos lançar produtos, melhorar o site, contratar pessoas, implementar sistemas e estruturar processos”, relatou a fundadora da marca.
Com a base fortalecida, Vivian aponta os próximos passos para a marca: novos lançamentos, aprimoramento de embalagens e comunicação focada em categorias específicas de cuidados com a pele. No campo socioambiental, avançamos na formalização de contratos de compra com as comunidades fornecedoras, garantindo previsibilidade, segurança e renda contínua.
“A expansão da MOMA precisa caminhar junto com a valorização da floresta e das pessoas que vivem dela. Nosso compromisso é crescer sem perder o vínculo com quem torna tudo isso possível”, reiterou.
