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Com 12% do eleitorado, Amazônia Legal tem voto mais feminino e jovem

Lalo de Almeida - 17.jan.2021/Folhapress

*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

O eleitorado da Amazônia Legal representa apenas 12,3% dos votos do Brasil, mas tem decisão de grande impacto: escolhe quem irá gerir nos âmbitos estadual e municipal mais da metade do território do país, onde se concentra a maior floresta tropical do mundo. A reportagem é da Folha de São Paulo.

A região reúne nove estados —Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins—, com 59% (mais de 5 milhões de km²) da área total do Brasil.

Historicamente, a região vota mais no PT nas eleições presidenciais. Em 2018, de acordo com os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 51,3% dos amazônidas escolheram Fernando Haddad, do PT, contra 48,7% Jair Bolsonaro, à época do PSL. No geral do país, Bolsonaro venceu com 55,1%, enquanto Haddad chegou a 44,9%.

Há, no entanto, um movimento à direita, observa o cientista político Alberto Carlos Almeida, autor do livro “O Voto do Brasileiro” (Record). A maioria da população de Manaus, cidade com o maior número de eleitores na região, por exemplo, trocou de lado na eleição de 2018 e votou em Bolsonaro.

Essa mudança também é destacada por Ivan Henrique de Mattos e Silva, professor de ciência política da Unifap (Universidade Federal do Amapá) e vice-coordenador geral do Legal (Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal).

“De 2002 para cá, em especial de 2010 para cá, a gente também verificou [nos trabalhos de pesquisa do grupo] uma trajetória conservadora do voto. Isso para todas as esferas, em todos os pleitos. Houve uma tendência bastante pronunciada de caminho rumo à direita, numa região que tendia a votar sempre com a esquerda”, afirma.

Para uma maior conservação da floresta amazônica, o voto de quem vive na região é relevante em todas as esferas, para além da polarização em torno da disputa presidencial. Isso porque a legislação e a implementação de medidas para o cuidado do bioma não são responsabilidade apenas da União —há participação essencial também de estados e municípios, além do papel dos congressistas que representam as unidades da federação.

Um exemplo que ilustra bem a questão é a recente avaliação de aliados de Lula sobre um possível destravamento do Fundo Amazônia —criado em 2018, ele financiou projetos socioambientais de organizações da sociedade civil e públicas.

Com a extinção de dois órgãos de governança do fundo pela gestão de Bolsonaro, o comitê orientador e o comitê técnico, os valores foram congelados. Em dezembro de 2021, R$ 3,2 bilhões estavam parados, de acordo com relatório da Controladoria-Geral da União.

Em caso de vitória de Lula e de um possível destravamento do fundo, a eficiência das ações pró-meio ambiente ainda dependerá também do empenho de governadores e prefeitos que gerem projetos com esses recursos.

“Parte da competência administrativa em matéria ambiental, que é competência do Executivo, é estadual. Existem alguns temas como, por exemplo, o Código Florestal. Majoritariamente, ele é aplicado pelos estados e, mais que isso, é regulamentado pelos estados”, explica Mauricio Guetta, consultor jurídico do ISA (Instituto Socioambiental) e professor de direito ambiental.

*A reportagem é da Folha de São Paulo

 

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