As promotoras Simone Sibilio e Letícia Emile, que faziam parte da força-tarefa que investiga o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, deixaram seus cargos. As duas estavam no caso desde setembro do mesmo ano. Neste sábado (10), O Ministério Público confirmou a saída em nota.
“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) confirma que as promotoras de Justiça Simone Sibílio e Letícia Emile optaram voluntariamente por não mais atuar na força-tarefa que investiga o caso Marielle Franco e Anderson Gomes. A Procuradoria-Geral de Justiça do MPRJ reconhece o empenho e a dedicação das promotoras ao longo das investigações, que não serão prejudicadas. O MPRJ anunciará em breve os nomes dos substitutos.“
As duas promotoras saíram, segundo relatos, por receio e insatisfação com “interferências externas”. Não ficaram claras que interferências seriam essas.
As mudanças na condução do caso acontecem um mês após a viúva do miliciano e ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, Júlia Lotufo, ser autorizada a fazer uma delação premiada em troca de benefícios, como a suspensão temporária da pena de prisão, o que deu início à insatisfação das promotoras. O pedido da delação foi apresentando pela Polícia Civil do Rio ao procurador-geral de Justiça.
Irmã da ex-vereadora lamenta saída das promotoras
Por meio das redes sociais, Anielle Franco, irmã de Marielle, publica um texto lamentando a saída das duas promotoras e disse que depositava muitas esperanças nelas.
“A gente não tem um dia de paz. Sinto muito pela saída das promotoras! Promotoras essas que eu depositava muita confiança e esperança para que elas ajudassem a resolver o caso da Mari e do Anderson! Agora eu quero saber que interferências são essas! Quem mandou matar minha irmã!??”