*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A Polícia Civil do Amazonas protocolou uma representação de prisão preventiva contra Verônica Seixas, gerente do Salão Belle Femme, acusada de envolvimento em uma suposta seita denominada PAI, MÃE e VIDA. O pedido, datado de 3 de outubro, foi apresentado pelo delegado Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), e fundamenta-se em denúncias de descumprimento de medidas cautelares, com alegações de ameaças e constrangimentos a testemunhas e vítimas do caso Djidja Cardoso.
A origem das investigações remonta a uma série de relatos de abusos e crimes associados ao salão de beleza, onde Verônica Seixas é apontada como uma das principais responsáveis. De acordo com as autoridades, três vítimas prestaram depoimento e apresentaram provas de injúrias, difamações e ameaças. O Boletim de Ocorrência, registrado sob o número 262505/2024, descreve uma situação alarmante, onde uma das vítimas foi mantida em cárcere privado, completamente nua, por vários dias, e submetida a violências sexuais.
Essas graves acusações levantam sérias preocupações sobre a segurança e a integridade das vítimas, além de expor a existência de uma suposta organização criminosa que opera nas sombras de um estabelecimento aparentemente inofensivo. As alegações sugerem um padrão de abuso e manipulação que transcende as atividades normais de um salão de beleza.
Verônica Seixas não só desrespeitou as medidas cautelares impostas pela justiça, como também se utilizou de suas redes sociais para debochar da situação. Em uma das publicações, ela chamou as vítimas e testemunhas de mentirosas e fez ameaças explícitas em relação a eles. “Uma das publicações pela gerente claramente ameaça e ridiculariza aqueles que prestaram depoimentos no processo”, afirmou o delegado Cícero Túlio. Tal comportamento não apenas demonstra desdém pela lei, mas também pode intimidar as vítimas, que já se encontram em uma posição vulnerável.
Atualmente, Verônica Seixas se encontra em liberdade provisória, uma decisão que gerou controvérsias e críticas. O juiz Dr. Celso de Paula, que autorizou sua soltura há cerca de vinte dias, acreditava que outras medidas cautelares seriam suficientes para evitar novos crimes. No entanto, o novo pedido de prisão preventiva indica que as preocupações sobre o comportamento da gerente não são infundadas.
A liberdade provisória de Verônica contrasta com a gravidade das acusações que pesam contra ela, levantando questões sobre a eficácia das medidas cautelares e a segurança das vítimas. Muitos especialistas em direito e ativistas de direitos humanos pedem uma reavaliação dos critérios utilizados para conceder liberdade em casos tão delicados.
Em um parecer enviado na última sexta-feira (4/10), o Ministério Público do Amazonas reconheceu que novos crimes foram cometidos pela gerente, mas alegou que não houve descumprimento das medidas cautelares que exigissem prisão. O MP solicitou, portanto, a proibição de contato da ré com as vítimas e a restrição de suas manifestações em redes sociais.