*Da Redação – Dia a Dia Notícia
O casal suspeito de matar a jovem Karoline do Canto Silva, de 20 anos, passa por julgamento nesta quarta-feira (10), na Vara Única da Comarca, de São Sebastião do Uatumã (distante 249 quilos de Manaus).
O crime teria acontecido no dia 18 de outubro de 2017, quando Karoline, que estava grávida na época, foi encontrada morta às 23h30, nas proximidades do campo de futebol Pelada Pimenta, naquele município.
De acordo com a Ação Penal n.º 00000239-66.2017.8.04.7100, os réus Alex da Silva Carvalho e Joelma Keila Santana da Silva, são acusados de ter cometido o homicídio para retirar o bebê que estava no ventre de Karoline, com mais de sete meses de gestação. Na época, o corpo foi encontrado posteriormente com a barriga cortada e já sem o bebê.
A sessão de julgamento é presidida pelo juiz Diego Martinez Fervenza Cantoario, titular da comarca, e realizado no Plenário da Câmara Municipal da cidade. O promotor de Justiça Iranilson de Araújo Ribeiro atuará representando o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPEAM). Os réus terão em sua defesa advogados particulares.
Segundo a denúncia do Ministério Público, realizada em 08/11/2017, os réus confessaram os crimes, que tinham como objetivo obter uma criança para ser filho de Joelma: esta teria contratado o conhecido Alex para encontrar uma mulher que estivesse grávida.
O MP relata que o réu teria levado a vítima para a cidade, após tê-la convidado para um lanche, quando teria lhe oferecido bebida com medicamento Dramin para dopá-la e depois levado-a ao matagal por trás do campo, onde a vítima foi esganada, teve a barriga cortada para retirar o bebê, após foi abandonada no local, sendo encontrada por populares na manhã seguinte.
Ainda conforme a denúncia, “os assassinos fugiram desta cidade utilizando a voadeira de linha comum logo de manhã cedo e foram presos em flagrante na cidade de Itapiranga”.
A mãe da vítima teria informado à polícia que sua filha teria saído para passear de motocicleta com o réu, que foi então localizado após buscas pela Polícia de Itapiranga e indicou onde estava Joelma com a criança (o bebê sobreviveu e foi levada ao hospital onde ficou internado por dias).
“O primeiro acusado cometeu o delito mediante promessa de que receberia R$ 4.000,00, revelando outra grave qualificadora. O homicídio foi praticado ainda mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima, uma vez que foi dopada com remédio e levada até o local, onde foi atacada mediante estrangulamento, estando desacordada quando golpeada de faca em sua barriga, sem nada poder fazer para defender-se. Também, a morte da vítima foi para tornar efetivo o sequestro da criança, restando caracterizada a qualificadora de assegurar a execução de outro crime”, afirma a promotora Romina Carmen Brito Carvalho na denúncia.
Os indícios de autoria são constituídos pelas confissões e demais provas dos autos, como depoimento de testemunhas, e a materialidade, provada por fotos, certidão de óbito e nascimento, de acordo com a Promotoria.
Os réus, que estão presos em Manaus e foram enviados para o município a fim de participarem presencialmente do julgamento, foram denunciados pelo MPE/AM como incursos nas sanções do art. 121, parágrafo 2.º, incisos I, III, IV e V, bem como dos artigos 132, 211, 242 e 249 todos do Código de Processo Penal Brasileiro.