*Da Redação Dia a Dia Notícia
Dentro do ciclo de violência, muitas mulheres sofrem ameaças e estão em risco iminente de morte. Como meio de auxiliar e acolher essas vítimas, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) dispõe da Casa Abrigo Antônia Nascimento Priante, um espaço que oferece refúgio, em um endereço sigiloso para manter a integridade das assistidas e de suas famílias, quando necessário.
A estrutura possui 16 cômodos, com capacidade para 20 mulheres em situação extrema de violência. Além das vítimas, o local consegue abrigar os filhos, desde que tenham menos de 18 anos.
A Casa, além de acolher, oferece atendimento social, jurídico, psicológico e pedagógico, com atividades recreativas, palestras e rodas de conversas que envolvam o combate à violência contra a mulher. Em 2022, foram mais de 70 mulheres acolhidas, neste ano, seis já tiveram moradia temporária no local. Ao todo, as vítimas podem permanecer no abrigo por até 90 dias.
A autônoma Keila Figueiredo, de 36 anos, passou um mês na Casa, em 2021, com os cinco filhos. Ela foi abrigada após romper com o parceiro pela segunda vez. Na primeira vez ela registrou o caso, mas, com a pressão da igreja e por acreditar que ele tinha mudado, resolveu dar uma nova chance ao relacionamento. Contudo, as agressões verbais, físicas e as ameaças voltaram.
“Eu achei que ele tinha mudado, ele dizia estar há cinco anos na igreja, que estava bem, então acreditei. Eu aguentei muito porque ele dizia que não ia sair da casa, e eu não tinha para onde ir com as crianças, então procurei um local, mas mesmo assim ele ia lá me ameaçar. Quando cheguei na delegacia eu fui encaminhada para o Sapem, tive acompanhamento e fui para a Casa”, relembrou Keila.
A assistida recorda como foi o processo durante e após sua estadia no abrigo, e diz que se sente orgulhosa por ter conseguido se reerguer depois de tudo o que passou.
“Quando eu passei na Casa Abrigo eu tive o acompanhamento psicológico e jurídico, aí depois que saiu a medida protetiva, ele teve o afastamento do lar e eu pude retornar para a minha casa, ter o reencontro com a minha família, um recomeço. Eu pude me reencontrar novamente e isso foi muito gratificante para mim. Eu achei que não fosse capaz, mas me orgulho de mim mesma”, avalia a autônoma sobre sua trajetória.
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Casa Abrigo
A Casa Abrigo Antônia Maria Nascimento Priante é voltada para mulheres com risco iminente de morte, assim como vítimas de tráfico humano. Todas que passaram pelo local obrigatoriamente tiveram como porta de entrada o Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (Sapem). No Sapem as mulheres passam pela triagem, onde é verificada a necessidade de encaminhamento e permanência na Casa Abrigo.
A rede atende mulheres que estão sofrendo algum tipo de agressão em suas residências ou no convívio familiar, prestando auxílio e suporte para o impedimento da violência, mostrando para essas mulheres os caminhos corretos e seguros para se fazer denúncias e relatos de agressões.