O primeiro semestre de 2021 é marcado como o semestre com maior número de óbitos da história do Amazonas, de acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil.
A diminuição de mortes no Estado causada pela intensificação da campanha de vacinação contra a Covid-19 no estado não é o suficiente para nos fazermos esquecer dos grandes impactos que a pandemia vem causando nas estatísticas vitais da população. Além das mais de 13 mil vítimas fatais atingidas pela doença no estado, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista na série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil no Brasil, iniciada em 2003: nunca se morreu tanto em um primeiro semestre como neste ano de 2021.
Os Cartórios amazonenses registraram no total 15.364 óbitos até o fim do primeiro semestre deste ano. O número, é 128,6% maior que a média histórica de óbitos no estado (6.720) – se tornando o maior em um primeiro semestre – e 39,4% maior que os ocorridos no ano passado (11.019), com a pandemia já instalada há quatro meses no Amazonas. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 109,8%, frente aos 7.321 falecimentos no período.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Nascimentos
Os cartórios também registraram uma diminuição considerável na diferença entre nascimentos e óbitos no estado. No primeiro semestre deste ano, foram registrados 35.274 nascimentos, que, se comparado aos 15.364 óbitos do mesmo período, resulta em uma diferença de apenas 19.910 nascidos vivos. O número representa uma queda de 21,2% com relação à média histórica no estado do período de 2003 a 2020, que sempre esteve na casa de 25.264 nascimentos a mais que óbitos.
“Os Cartórios do Amazonas são termômetros que evidenciam os impactos da pandemia, principalmente levando em consideração as variações demográficas da população. Nesse sentido, o Portal da Transparência tem sido amplamente usado pela sociedade para se ter um retrato fiel do que tem acontecido não só no nosso estado, mas também no País neste momento de pandemia”, disse o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Amazonas (Anoreg/AM), Marcelo Lima Filho.