*Da Redação Dia a Dia Notícia
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em visita a um garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol no dia 26 de outubro, em Roraima, gastou cerca de R$ 163 mil de verba pública do cartão corporativo. A informação foi divulgada pelo Metrópoles, e faz parte das revelações sobre os gastos do ex-mandatário que deixou de ser sigiloso com o fim de seu mandato.
Em uma única despesa em um restaurante de Boa Vista, o ex-presidente gastou cerca de R$ 109 mil. Os valores médios das marmitas no referido restaurante variam de R$ 17 a R$ 23. Apenas com despesas de alimentação, foi desembolsado R$ 113 mil.
A ida de Bolsonaro a Roraima, oficialmente, seria para visitar as instalações de acolhida aos imigrantes venezuelanos. Os abrigos são mantidos pelo governo brasileiro e administrados pelo Exército. O ex-presidente visitou também uma das estruturas de garimpo clandestino montadas dentro do território indígena, que deveria ser protegido pelo governo federal contra o garimpo ilegal.
O garimpo fica localizado no município de Uiramutã. Roraima é onde o garimpo mais tem avançado sobre as terras dos povos indígenas. Além da Raposa Serra do Sol, a Yanomami é outra bastante afetada. A estimativa é que ao menos 20 mil pessoas vivam direta ou indiretamente da garimpagem na TI Yanomami.
À época, a visita presidencial ao acampamento garimpeiro foi criticada pelas lideranças e organizações indígenas de Roraima. A deputada federal Joênia Wapichana também criticou o fato de a ida de Bolsonaro ter ocorrido, como de costume, sem o respeito às regras sanitárias de enfrentamento à Covid-19, colocando em risco a saúde dos moradores do território.