*Ana Carolina Barbosa – Da Revista Cenarium
A cardiopatia e o diabetes são os principais fatores de risco associados aos óbitos por Covid-19 no Amazonas, tanto para pessoas com até 60 anos, quando às que estão em faixas-etárias superiores. Os indicadores são da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), órgão do Governo do Amazonas.
No primeiro grupo, a cardiopatia e o diabetes faziam parte do perfil clínico de 27,2% e 30,4% dos pacientes que morreram vítimas do novo coronavírus, respectivamente. No segundo, com idade mais avançada, as doenças constavam no histórico de 40,3% e 33,1% dos que não resistiram à Sars-CoV-2.
Na sequência, em terceiro lugar, está a obesidade, doenças renais, neurológicas e pneumopatias, além da asma e imunodeprimidos (neste último, se enquadram pacientes oncológicos, por exemplo).
As informações acendem o alerta quanto à necessidade de cuidados redobrados das medidas preventivas na população considerada grupo de risco para a Coivd-19. É aquela parcela que tem algum tipo de comorbidade. São doenças consideradas pré-existentes que, se combinadas com quadros de Covid, podem levar ao agravamento do quadro clínico e até à morte.
Decreto e riscos
Entre as doenças crônicas consideradas fatores de risco, estão o diabetes, a hipertensão, as cardiopatias, a obesidade, o câncer, entre outras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem reforçado que as principais medidas para frear o avanço da Covid-19 no mundo, são: o uso de máscara (tanto em ambientes abertos, quanto fechados), de álcool gel antisséptico 70%, a lavagem das mãos e o distanciamento social.
Em Manaus, as medidas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus foram reforçadas pelo Executivo estadual, após inúmeros flagrantes de aglomerações, festas clandestinas e situações em que essas orientações de prevenção foram desrespeitadas, acarretando no aumento das internações e, consequentemente, das taxas de ocupação de leitos.
O Boletim Epidemiológico emitido pela FVS, no último dia 25, feriado de Natal, mostrou que a taxa de ocupação para leitos Covid de UTI/adulto, estava em 92,86% na rede pública e 85,96% na privada. Os óbitos também apresentaram aumento, se considerada a média móvel das últimas duas semanas, colocando o Amazonas em situação de alerta.
Paralisação temporária
Serviços não essenciais foram paralisados temporariamente, via decreto governamental, no intuito de ampliar o distanciamento e, se possível, o isolamento social, que, segundo o Mapa InLoco (consultoria que mensura o isolamento através de sinais de telefonia móvel), estava em 51,6% no Amazonas, no último dia 25, feriado de Natal e época em que as pessoas ficam mais em casa, tradicionalmente.
Cinco dias antes, por exemplo, o percentual de isolamento social no Estado não passou de 48%. No pico da pandemia, em abril, o mesmo índice chegou a 60%, o que ajudou no controle da pandemia, à época. Até a última sexta-feira, o Amazonas havia registrado 195.806 casa de Covid-19 e 5.161 mortes.