*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O candidato à prefeitura de Coari, Raione Cabral Queiroz (Mobiliza), se tornou o centro de uma controvérsia judicial ao descumprir medidas cautelares impostas pela Justiça. Raione, que havia sido flagrado em um ato público jogando dinheiro para seus apoiadores, teve sua prisão preventiva decretada novamente por desrespeitar as restrições que lhe foram concedidas durante sua liberdade provisória.
Após ser detido em um evento por conta de sua conduta, Raione foi liberado em audiência de custódia, onde um juiz eleitoral decidiu conceder sua liberdade, mas com uma série de condições rigorosas. Essas medidas cautelares incluíam a proibição de deixar a comarca de Coari, a obrigatoriedade de comparecimento periódico à Justiça, e a proibição de frequentar locais públicos ou se manifestar sobre o caso em redes sociais. Além disso, foi exigido o pagamento de uma fiança, tudo visando garantir que o candidato não interferisse no processo eleitoral.
Contudo, o Ministério Público Eleitoral (MPE) rapidamente apresentou evidências de que Raione ignorou as restrições impostas. Relatos de testemunhas e vídeos mostraram o candidato desafiando as ordens judiciais em um evento público, onde não apenas ignorou a proibição de frequentar locais públicos, mas também declarou abertamente sua intenção de continuar a campanha, desafiando a Justiça diretamente.
Em um discurso inflamado, Raione se dirigiu aos seus apoiadores: “Eles tentaram nos calar, me prenderam de forma arbitrária, mas eu estou aqui, estou aqui para dizer que não vão me calar e pode me prender de novo, pode me prender de novo, vão ter que se preparar para a lapada no dia 06 de outubro. Não vão me calar, e eu quero mandar um recado, pode filmar. A Juíza me proibiu de fazer isso, aquilo, Juíza Dr.ª Dinah Camara Fernandes, não pense que eu vou obedecer isso porque eu não vou. Estou na luta em favor do povo; a senhora pode mandar me prender, me prende de novo, eu não vou tirar o pé da rua pedindo voto para o 35.”
Esse discurso não apenas desrespeitou as ordens da Justiça, mas também evidenciou uma postura desafiadora e provocativa que colocou em risco a ordem pública e a integridade do processo eleitoral em Coari. O juiz Hercílio Tenório de Barros Filho, ao analisar a gravidade do comportamento de Raione, decidiu pela prisão preventiva, argumentando que o candidato demonstrava uma clara disposição de desrespeitar as determinações legais.
“Ante o exposto, determino seja comunicada à autoridade policial para que proceda ao cumprimento do mandado de prisão apenas após 48 horas do encerramento da eleição, em respeito à determinação legal, a qual esse magistrado nem as autoridades policiais podem se furtar de cumprir”, afirmou o juiz em sua decisão.
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