No artigo desta semana, vamos falar sobre o câncer bucal que é o sexto câncer mais comum no mundo, representando um grande problema de saúde pública, quando não diagnosticado e tratado precocemente, apresenta alta taxa de mortalidade.
No Brasil, acomete mais de 15 mil novos pacientes por ano, sendo o terceiro país com maior índice de câncer de boca, devido ser pouco conhecida em relação aos outros tipo de neoplasias, tendo geralmente seu diagnóstico tardio.
O carcinoma epidermoide bucal (CEB) representa mais de 90% dos casos de neoplasias malignas diagnosticadas na boca. O grande desafio do Brasil e do mundo é controlar os fatores de risco envolvidos e aumentar a taxa de diagnóstico precoce.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), câncer é o nome dado a um conjunto de doenças que possuem em comum o crescimento desordenado das células que se tornam agressivas, que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
O câncer bucal engloba o crescimento tecidual que afetam os lábios e o interior da cavidade oral como, gengiva, mucosa jugal, palato (céu da boca), língua e assoalho bucal.
A etiologia do câncer oral é multifatorial, onde múltiplos agentes ou fatores atuam conjuntamente no aparecimento dessa patologia.
Os fatores de risco associados, incluem agentes extrínsecos como tabagismo, etilismo, traumas mecânicos e exposição crônica a radiação solar. E fatores intrínsecos enquadram-se os estados sistêmicos ou generalizados do indivíduo, como desnutrição, anemia, deficiência de vitaminas e infeção por Cândida e vírus oncogênicos como HPV.
O carcinoma epidermoide acomete principalmente o gênero masculino, sendo a raça branca mais afetada, devido a sua menor proteção da pele quanto os efeitos da exposição solar e faixa etária acima dos 40 anos. No que tange a localização das lesões malignas na região de cabeça e pescoço, a Língua, assoalho bucal e lábio inferior são considerados as regiões mais afetadas.
A principal característica no estágio inicial da doença é a ausência de sintomas dolorosos, presença de úlceras e nódulos.
As principais lesões cancerizáveis são leucoplasia, eritoplasia, líquen plano e queilite actinica.
O diagnóstico deve ser realizado por meio de exame clínico (intra e extraoral), exames complementares como biópsia, imaginologicos e citologia esfoliativa.
Os níveis de prevenção da doença classificam-se em três:
1- primária, visa ações ou iniciativas que possam reduzir a incidência e a prevalência da doença, modificando os hábitos, buscando interromper ou diminuir os fatores de risco antes que a doença se instale.
2- secundária, visa o diagnóstico precoce em uma fase antes do paciente apresentar queixa clínica.
3- terciária,visa limitar o dano, controlar a dor, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida durante o tratamento.
O tratamento inclui abordagem cirúrgica, radioterapia e quimioterapia. O planejamento é baseado no tamanho da lesão, condições de saúde do paciente e classificação do tumor. Envolve uma equipe multidisciplinar, médicos, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas e entre outros.
Apesar do câncer de boca ser considerado uma doença “rara”, é fundamental que o dentista esteja apto a orientar, prevenir e diagnosticar as neoplasias orais no momento adequado sem que haja atrasos desnecessários no encaminhamento para o tratamento oncológico.
Dra. Lorena Isabelle Bezerra